“A ideia resultou de uma tentativa de juntar uma comunidade, que começa a ser crescente, de pessoas que se dedicam a full-time ou pelo menos parcialmente a problemas que entram na área da Biologia e nos quais podemos incluir problemas matemáticos”, explica o mentor do encontro, César Silva.

Um evento, que de acordo, com o também docente da UBI permite que a prática da matemática seja cada vez mais pautada por um processo de interação entre os vários agentes da sociedade. “Acho que o Encontro Português de Biomatemática é útil a vários níveis, pois hoje em dia a matemática não se faz isoladamente num gabinete, é tipicamente um trabalho de grupo, de cruzamento de ideias através deste tipo de debate e portanto é importante que esta iniciativa aconteça”, destaca.

Devido ao “sucesso” alcançado nesta primeira edição do encontro, o responsável pela organização adianta ao Urbi et Orbi que o objetivo passa por repetir a iniciativa num futuro próximo, mas numa outra instituição de ensino superior. “O encontro correspondeu perfeitamente às expectativas, inclusivamente surgiram já ideias para o perpetuar e para o organizar noutros locais. Portanto, acho que foi um belíssimo primeiro encontro, o meu balanço é positivo”, assume César Silva.

Presente na sessão de abertura do encontro esteve também o vice-reitor para a Área de Investigação. Paulo Moniz sublinha que a Biomatemática “é uma área muito ativa, através da qual os especialistas em matemática podem produzir conhecimento e ajudar ao desenvolvimento da ciência”.

A mesma visão é partilhada por Delfim Torres, investigador do Centro de Investigação em Matemática e Aplicações da Universidade de Aveiro, que salienta que “as aplicações da Biomatemática são interessantes, porque nós matemáticos às vezes temos alguma dificuldade em ver a aplicabilidade e através destas áreas vemos a utilidade que as nossas teorias matemáticas têm na prática”.

O também docente da Universidade de Aveiro considera que este encontro pode marcar o início de muitas outras parcerias conjuntas, entre os investigadores dos diferentes centros. “Esta iniciativa é muito importante, porque pode ser o embrião de muitas outras coisas, nomeadamente de projetos europeus, pois um grupo sozinho poucas hipóteses terá, mas se nós nos unirmos tornamo-nos mais fortes”, admite.