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Seminário mostra aos alunos de Psicologia instrumentos para "Avaliação Cognitiva de Pessoas mais Velhas"
Carla Sousa · quarta, 19 de outubro de 2016 · @@y8Xxv Marta Gonçalves, doutoranda de Neuropsicologia da Universidade de Coimbra, apresentou aos alunos de Mestrado em Psicologia Clínica e da Saúde da Universidade da Beira Interior (UBI), a antigos estudantes e aos psicólogos em instituições da região um conjunto de instrumentos que permitem fazer a avaliação das funções cognitivas em idosos. A oradora convidada para o seminário que decorreu na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH) da UBI, no dia 12 de outubro, considera que esta forma de avaliação é “essencial” para detetar deteriorações cognitivas ainda numa fase inicial, em que existem maiores possibilidades de atrasar este declínio. |
Marta GOnçalves foi a oradora convidada do Seminário |
21972 visitas No seminário “Avaliação Cognitiva de Pessoas mais Velhas”, Marta Gonçalves destaca que “é fundamental proceder a este tipo de avaliação porque infelizmente as formas que nós temos de intervenção nas deteriorações cognitivas e nas demências só são relativamente eficazes numa fase inicial, depois começa a ser muito complicado dar a essas pessoas a qualidade de vida que elas realmente necessitam”. Na maioria dos casos, a avaliação neuropsicológica é solicitada pelos médicos aos psicólogos, para servir de apoio ao diagnóstico que irão prescrever a seguir. No entanto, a especialista em Neuropsicologia defende que estes instrumentos de avaliação devem ser aplicados também como uma forma de monitorizar os problemas cognitivos das pessoas mais idosas.“A avaliação em termos de monitorização também é importante não só para o trabalho que o psicólogo faz de intervenção com a pessoa, mas também para os próprios técnicos que estão a intervir com a pessoa, até ao nível da medicação para perceber até que ponto é que a está a ser eficaz e quando é que é necessário fazer uma alteração”, sustenta. A maior parte das provas de avaliação cognitiva exigem tarefas de leitura ou de escrita, aspetos estes que podem ser uma condicionante para as pessoas iletradas, tal como refere a oradora do seminário. “O analfabetismo ainda é uma realidade no nosso país e estas pessoas também precisam de apoio, de intervenção e a esse nível há ainda muito trabalho a fazer, é necessário investir em provas que não tenham um fator cultural, no sentido de exigir conhecimentos, estudos, etc, tão elevado para poder ser feita uma avaliação conveniente a estas pessoas também”, afirma. Aquando a realização da avaliação, a doutoranda da Universidade de Coimbra alerta para o bom senso dos profissionais de psicologia na escolha das provas de avaliação. “Há provas que às vezes têm tarefas que são difíceis e se são pessoas que já têm declínios ou têm determinado tipo de défices às vezes estarmos a insistir na ferida pode ser um pouco agressivo para eles, portanto cabe um pouco à pessoa que está a fazer os testes saber escolher aqueles que vão mais ao encontro das motivações das pessoas e das necessidades de avaliação”, previne. O Seminário “Avaliação Cognitiva de Pessoas mais Velhas” realizou-se no âmbito da unidade curricular de Psicogerontologia do Mestrado em Psicologia Clínica e da Saúde, lecionada por Rosa Afonso. A docente da UBI sublinha que “o envelhecimento da população é um desafio a muitos níveis, nomeadamente ao nível da promoção da sua qualidade de vida e da qualidade dos cuidados que lhe prestamos. É uma área que não é tão explorada ou não é tão divulgada, portanto eu penso que é importantíssimo investirmos em formações mais complementares com técnicos especialistas e com investigadores para disseminar esse conhecimento e essas boas práticas”. Rosa Afonso salienta ainda que a iniciativa teve uma dupla finalidade. “Aproveitámos também este seminário para estabelecer aqui pontes entre ex-alunos da UBI que trabalham na área do envelhecimento e grupos de alunos que estão neste momento a trabalhar e a estudar a PsicoGerontologia. É como se fizéssemos aqui uma aproximação intergeracional entre psicólogos a partir do desenvolvimento de atividades pedagógicas”.
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