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Covilhã acolhe XI Congresso da Associação Internacional de Cidades e Entidades do Iluminismo
Rafael Mangana · quarta, 19 de outubro de 2016 · A cidade da Covilhã recebeu, entre os dias 13 e 15 de outubro, o XI Congresso da Associação Internacional de Cidades e entidades do Iluminismo (AiCEi). Sob o tema “Conhecimento e Mercantilismo”, o evento contou com seis palestras internacionais, duas exposições, visitas guiadas, concertos e recriações históricas. Durante a cerimónia de abertura que decorreu no Anfiteatro das Sessões Solenes no passado dia 14 de outubro, o secretário-geral da AiCEi anunciou a candidatura, por parte daquele organismo, a fundos comunitários para a criação do roteiro do iluminismo da ilustração. |
Sessão de abertura do congresso decorreu na Anfiteatro das Sessões Solenes da UBI |
21976 visitas O secretário-geral da Associação de Cidades e Entidades do Iluminismo (AiCEi) anunciou, no âmbito do seu XI Congresso, cuja sessão de abertura decorreu na UBI, que aquele organismo acaba de apresentar uma candidatura a fundos comunitários para a criação do roteiro do iluminismo da ilustração. "Uma das principais funções da nossa associação é a partilha do conhecimento do iluminismo e também das boas práticas e isso só pode ser possível se tivermos uma rede importante de diferentes realidades mas todas ligadas a este tema, seja pela influência do iluminismo na arquitetura, no urbanismo, na atividade económica ou no pensamento. É esta rede que nós temos que criar e temos já um projeto em concreto que esperamos que seja alvo de financiamento comunitário que tem a ver com a criação do roteiro do iluminismo da ilustração", explica Luís Gomes. Outro dos objetivos é criar, brevemente, uma bolsa de estudos que possa apoiar o desenvolvimento de trabalhos relacionados com o iluminismo. "O Iluminismo é o conhecimento e a sua produção e, por isso, temos de dar todas as condições para que o estudo sobre esta temática possa ocorrer e ser aprofundado por académicos e pessoas que estejam a realizar teses de mestrado e doutoramento", reforçou aquele responsável. Em representação da UBI, o vice-reitor para a Área Financeira e Projetos sublinhou, na sessão de abertura, a "grande honra pelo facto de sermos os anfitriões desta iniciativa e podermos receber nesta universidade um número tão significativo de especialistas e estudiosos no domínio da cultura do património durante o período do Iluminismo. O legado patrimonial datado do século XVIII que a Covilhã dispõe é rico em memória e espelha bem o trajeto da economia e da cultura do concelho", lembrou Mário Raposo. "Iniciativas como esta assumem, para nós, a maior importância – quer na transmissão do conhecimento científico, quer na promoção dos contactos entre os especialistas de diferentes áreas, possibilitando uma enriquecedora troca de informações, ao criar espaço de diálogo onde instituições e organismos se dão a conhecer, trocam ideias e encontram-se objetivos comuns, de forma a que novas teorias, culturas e métodos sejam divulgados", referiu o vice-reitor. De resto, a Covilhã foi, ao longo do último ano, a cidade escolhida para presidir à AiCEi, facto sublinhado por Vítor Pereira. "Foi para nós uma grande honra. Procurámos, durante a nossa presidência, prosseguir com mais intensidade o importante caminho de valorização do riquíssimo património cultural", sublinhou o autarca covilhanense. Vítor Pereira fez ainda questão de “saudar o facto deste congresso se realizar no coração da Universidade da Beira Interior, que apesar da sua curta existência, é já hoje das mais prestigiadas universidades do mundo, o eu é para nós motivo de orgulho e esperança no futuro. Foram as luzes do saber e do conhecimento que a alcandoraram a este patamar tão gratificante. Nasceu precisamente aqui, neste tão emblemático edifício, um dos ícones do mercantilismo português. Estamos aqui, não apenas para evocar o passado iluminista, mas para construirmos novas formar de disseminar, valorizar e dar a conhecer aos cidadãos do mundo o valiosíssimo património cultural, material e imaterial de que somos legatários”, lembrou o edil. Após a sessão de abertura dos trabalhos, seguiram-se as conferências com especialistas da área: "O Alcaide-mor Iluminista" (por Carlos Madaleno), "A criação do cargo de Superintendente dos lanifícios" (pelo docente da UBI, António dos Santos Pereira), "Santos Viegas no contexto científico europeu do séc. XIX" (por Décio Ruivo Martins) e "Conhecimento e Mercantilismo na origem de uma cidade ideal do Iluminismo" (por José Eduardo Horta Correia). Na parte da tarde, os membros da AiCEi apresentaram o tema “Conhecimento e Mercantilismo”. A visita à Rela Fábrica de Panos e Museu de Lanifícios encerrou a parte do programa realizada na UBI. No âmbito do mesmo evento, o Teatro Municipal da Covilhã recebeu na sexta-feira à noite o espetáculo "O Iluminismo na Covilhã", uma recriação histórica com projeção de imagens e momentos musicais, numa colaboração entre a EPABI, o coletivo Artelier e a Sons & Ecos, com o apoio da Câmara Municipal da Covilhã. De referir que a AiCEi é uma associação sem fins lucrativos, de carácter internacional, que visa estabelecer uma rede de cooperação e de estudo entre as cidades e entidades membros, procurando promover a importância económica e cultural das urbes que tiveram a sua fundação no período iluminista do século XVIII. Através das suas atividades e congressos pretende difundir o conhecimento e a proteção do património material e imaterial do iluminismo e a sua projeção nos dias de hoje. |
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