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UBI parceira de Centro de Energia Viva de Montanha de Manteigas
Rafael Mangana · quarta, 19 de outubro de 2016 · A Universidade da Beira Interior (UBI) e a Câmara Municipal de Manteigas assinaram esta segunda-feira, 17 de outubro, um protocolo de cooperação para a criação de uma infraestrutura que terá como principais pilares a ciência e as atividades turísticas. O Centro de Energia Viva de Montanha está instalado junto ao Rio Zêzere e arranca em pleno no início de 2017. |
Após a assinatura do protocolo, o presidente da Câmara de Manteigas, o reitor e os docentes da UBI envolvidos no projeto visitaram as instalações do Centro e a zona envolvente |
21982 visitas A Universidade da Beira Interior e a Câmara Municipal de Manteigas assinaram, esta segunda-feira, 17 de outubro, um protocolo de cooperação no âmbito do novo "Serra da Estrela – Centro de Energia Viva de Montanha". O espaço, que concentra várias fontes de energia renováveis, é promovido pela autarquia local, em parceria com a UBI e a ENERAREA - Agência Regional de Energia e Ambiente do Interior. A infraestrutura representa um investimento global de 2,5 milhões de euros, combina várias fontes de energias renováveis e o objetivo é transformar a vila de Manteigas numa "Smart City". Trata-se, de resto, de um projeto iniciado em 2008, com recurso a verbas do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), e que deverá estar a funcionar em pleno no início do próximo ano. A implementação do projeto permite a reutilização da antiga Fábrica do Rio, situada no centro da vila de Manteigas, através da aplicação de um conceito que foi desenvolvido por duas dezenas de docentes de todas as faculdades da UBI. Na cerimónia que decorreu na última segunda-feira, Kelly o’Hara, presidente do Departamento de Ciências do Desporto da UBI e principal impulsionadora do conceito, explicou em detalhe aquilo que será o novo Centro de Energia Viva de Montanha. "Estamos perante, penso eu, um tesouro escondido", defendeu a docente. "Este espaço é um centro de aprendizagens, pretende ser um centro de ciência e tecnologia, pretende ser um centro de compreensão e utilização dos recursos energéticos sustentáveis na região, proporcionar a vivência cultural, cientifica, histórica e da própria natureza", sustentou Kelly o'Hara. De resto, para esta nova infraestrutura foram pensados três níveis. No primeiro, são apresentados aos visitantes conceitos científicos de áreas diversas como a hidrologia, biologia, história, cultura, física, química, fisiologia humana e economia de montanha, entre outras. O segundo nível prevê a oferta de atividades no exterior do edifício, num espaço que se destina a integrar conceitos científicos na resolução de problemas em ambiente experimental. No terceiro nível pretende-se apostar em atividades a desenvolver na Serra da Estrela, sejam elas de âmbito científico, cultural, desportivo e de lazer e divertimento. Aqui, o objetivo é envolver os operadores turísticos e incentivar também o empreendedorismo. A presidente do Departamento de Desporto da UBI destacou que "esta é a grande diferenciação do centro", que "não é para ser estanque, é para ser vivido, é para dar experiência, partilhar com as pessoas a aventura e chamar as pessoas ao centro". Kelly o'Hara focou ainda o aspeto da empregabilidade. "O centro pretende desenvolver produtos e estes produtos podem ser fator de, por exemplo, merchandising e o centro pode vender essas ações, vender esse merchandising a empresas que se possam sediar em Manteigas, e essas empresas criarem, não só a sua dinâmica dentro e fora do centro, como inclusivamente estabelecer estas parcerias em termos internacionais com os produtos que se vão aqui desenvolvendo". A UBI irá acompanhar as atividades do Centro ao longo de 10 anos, de acordo com o protocolo, envolvendo docentes e alunos nas várias atividades. Na mira dos parceiros promotores do centro está também a candidatura a projetos que garantam o desenvolvimento da estrutura. "A minha convicção é que vai ser um projeto de sucesso e um projeto que irá fazer escola. Vivemos numa zona privilegiadíssima, temos todas as condições para reverter, no bom sentido, esta situação demográfica que é o envelhecimento da população", sublinhou o reitor da UBI, durante a cerimónia de assinatura do protocolo. António Fidalgo fez ainda o paralelismo entre a recuperação de uma antiga fábrica para dar origem ao Centro de Energia Viva de Montanha, com a recuperação de antigas fábricas na Covilhã, que deram origem a várias faculdades da UBI. "Em Manteigas, que foi aquilo que se fez na Covilhã, foi recuperar edifícios com história, que muito deram às terras que os acolheram, e neste momento transformá-los em escolas, em templos do saber e do conhecimento. Penso que a UBI é um caso único no país, não conheço nenhum caso em que nas ruinas fabris se erigissem as faculdades que nós temos, uma reforma de primeiríssima qualidade e que enchem de espanto todos aqueles que nos visitam", sublinhou o reitor. "Mas a Universidade da Beira Interior é também Manteigas e portanto nós estamos aqui com muito gosto, não somos a universidade da Covilhã, somos a UBI e portanto temos o senhor presidente da Câmara de Manteigas aqui também como parceiro nesta aventura", reforçou António Fidalgo. O presidente da autarquia de Manteigas sublinhou que esta "não é uma relação que esteja a nascer hoje, mas é mais um passo que mostra como o mundo académico está cada vez mais disponível e empenhado em meter as mãos na massa e manter atividade com as instituições e com as empresas". José Manuel Biscaia lembrou que a infraestrutura "significa também uma nova visão para a nossa região e um novo paradigma nas abordagens institucionais enquanto morada do saber, do conhecimento, do aproveitamento das condições e dos produtos endógenos e das infraestruturas que se têm vindo a instalar no nosso território". O edil defendeu ainda que, "pela génese da estrutura onde será sediado o centro, pretende-se que seja uma área piloto de demonstração do que será uma estrutura energeticamente sustentável. Este será um passo no caminho de potenciar a cidade de Manteigas para uma "smart city" e não só, tendencialmente, ela também autossustentável". Neste sentido, o edifício está equipado com torres de demonstração de produção de energia eólica, equipamentos demonstrativos do processo de produção de energia solar e uma caldeira de aquecimento a pellets. No mesmo espaço também já se encontra a funcionar uma mini-hídrica, que está a produzir energia elétrica. |
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