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Imagens que nos tocam
Poliana Simões · quarta, 5 de outubro de 2016 · Continuado A Universidade da Beira Interior foi palco da 1ª edição do encontro internacional O cinema e as outras artes, que decorreu nos dias 29 e 30 de Setembro. Com o intuito de promover o diálogo entre as mais diversas formas de expressões artísticas e o cinema, esta iniciativa contou com a presença de oradores de vários países e com a participação ativa dos estudantes da Universidade da Beira Interior, segundo declarou Anabela Branco de Oliveira, membro da comissão organizadora. Cesar Baio foi um dos convidados para este encontro, onde apresentou o seu livro Máquinas de Imagem: Arte, tecnologia e pós-virtualidade, livro que nasceu como resultado da sua tese de doutoramento. |
Cesar Baio apresentou o seu livro no encontro internacional O Cinema e as outras Artes |
21987 visitas Cesar Baio apresentou um variado conjunto de obras que, segundo o mesmo, influenciaram-no a fazer a pesquisa para a sua tese e a posteriori escrever o livro Máquinas de Imagem. Um exemplo dessas obras é Perversely Interactive System, criada pelos artistas Lynn Hughes e Simon Laroche em 2002, que consistia em um ambiente composto por uma tela que projetava a imagem de uma mulher. Esta mulher que se encontrava de costas, só se aproximava do participante consoante este conseguisse reduzir o seu nível de stress. Deste modo, a mulher, uma imagem criada, levava o participante a olhar para si próprio, a contemplar o seu próprio interior, e desta forma a imagem conseguia "romper o espaço físico". É a partir do contacto com essas obras que surge o desejo de escrever o livro Máquinas de Imagem, com o intuito de descodificar o que essas imagens são, quais são as sensibilidades que elas implicam e como podem ser compreendidas, pois essas obras não nasceram apenas para serem comtempladas. Segundo Cesar Baio, elas são imagens performativas, que estão cansadas de serem observadas e começam a seguir-nos, a provocar-nos, conseguindo tocar-nos. Como contributo para a pesquisa de doutoramento e o livro, o autor revelou ainda ter realizado uma série de trabalhos, como é o caso de Sophie, uma instalação interativa realizada em 2010, em um comboio desativado. Sophie é uma personagem virtual que interage com o participante de acordo com as informações que recolhe do mesmo. Esta interação dependerá de vários factores como o "estado de espírito" da personagem, se o participante insiste ou não na interação, no período do dia, entre outros aspectos. Relativamente aos projetos futuros, Cesar Baio afirmou que continuará a pesquisar sobre essa temática e obter algo que, segundo o autor, não se consegue no livro: conectar essas imagens performativas às imagens fotográficas, cinematográficas, à pintura, no fundo, "às outras artes". |
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