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Arrancou a terceira edição da Academia Júnior de Ciências da UBI
Rafael Mangana · quarta, 5 de outubro de 2016 · @@y8Xxv São 40 os alunos do 12º ano que até março vão aprender a fazer ciência e investigação na UBI, naquela que é a terceira edição da Academia Júnior de Ciências, um evento dinamizado pela universidade e que se pretende que seja um primeiro contacto mais intensivo dos jovens alunos com o Ensino Superior. |
A cerimónia de abertura da Academia Júnior de Ciências da UBI decorreu no passado dia 30 de setembro |
21993 visitas A partir desta semana e até março, a Universidade da Beira Interior (UBI) acolhe 40 alunos do 12º ano de escolaridade, proveninetes de sete escolas secundárias da região. O projeto, que vai já na sua terceira edição, envolve as áreas de Ciências, Engenharia, Física, Química e Matemática da UBI e destina-se a mostrar aos estudantes do Secundário a dinâmica científica e de investigação de uma universidade. Por outro lado, esta é uma oportunidade para os jovens estudantes poderem optar, com maior conhecimento, pelo caminho a seguir no ano seguinte, na entrada para o Ensino Superior. "Realizar-se a terceira edição significa que a primeira e a segunda correram bem. Neste momento estamos a duplicar o número de estudantes, já que na primeira edição participaram 20 e agora são 40, e os resultados que temos obtido têm sido verdadeiramente extraordinários", afirmou o reitor da UBI na cerimónia de abertura do projeto. António Fidalgo sublinhou a importância do "trabalho em equipa" na formação pessoal e académica dos jovens, que podem, através deste projeto, potenciar a sua "inteligência coletiva", que "nos permite aumentar conhecimento a uma velocidade nunca antes vista, porque as pessoas estavam isoladas". O responsável máximo da UBI reforçou a ideia de que "há a possibilidade destes alunos terem a possibilidade de contactar com pessoas que fazem da ciência o seu modo de vida. Tem sido uma experiência extremamente positiva, sendo que na ciência se aprende por osmose, porque o conhecimento não é só o que se ouve, o que se vê e o que se lê, é aquilo que "entra pela pele", isso é o mais importante. É no contacto diário com os colegas que conseguimos criar uma outra forma de ser".
"A ideia do projeto é o aluno ficar mais esclarecido sobre o caminho a seguir no ano seguinte" Durante cerca de seis meses, até março, os alunos vão ter a oportunidade de entrar em contacto com equipamentos, docentes e investigadores da UBI, formando equipas que vão trabalhar em projetos associados às áreas do conhecimento envolvidas. Estão ainda programadas quatro palestras temáticas ("Matemáticas impuras"; "Química e nanocoisas"; "A Matemática no Cinema e na TV" e "Relatividade restrita"), duas visitas de estudo – uma ao Data Center, outra ao "Voo vertical" (Manteigas) -, uma observação astronómica e o já habitual concurso de pontes de esparguete. "Na Academia Júnior de Ciências queremos permitir que jovens de diferentes escolas possam aprofundar os conhecimentos nestas áreas e tenham alguém com quem comungar esse interesse", esclarece o reitor da UBI. "Vocês farão parte dessa elite que vai fazer o "mundo novo" e que vai construir uma nova sociedade", lembrou António Fidalgo aos alunos presentes na cerimónia de abertura. Para Manuel Saraiva, docente jubilado da UBI e coordenador da Academia Júnior de Ciências (AJC), a iniciativa "é um sucesso, até pelo testemunho de ex-alunos da Academia. De resto, tivemos aqui alguns alunos das edições anteriores, que se pronunciaram de uma maneira carinhosa em relação a este projeto". Para este ano "as expectativas são ainda melhores que as do ano passado, porque este ano já está projetado de acordo com reflexões que temos feito, com base na prática dos anos anteriores". Uma das grandes mudanças para a terceira edição é o facto dos alunos passarem a trabalhar em projetos, que duram entre três a quatro semanas e são compostos por 10 pessoas, entre jovens do 12º ano e investigadores da UBI. "Os alunos vão optar e temos os projetos a serem desenvolvidos por subgrupos do grande grupo, mas vamos ter sessões plenárias, onde estão todos juntos, bem como, na observação astronómica e nas visitas de estudo. Ou seja, este ano nem todos os alunos vão fazer tudo igual. Se, por exemplo, há um aluno que goste muito de Matemática, poderá participar só em projetos de Matemática", explica Manuel Saraiva. "A ideia do projeto é o aluno ficar mais esclarecido sobre o caminho a seguir no ano seguinte", reforça o coordenador. De resto, durante a cerimónia que marcou o início dos trabalhos Manuel Saraiva mostrou aos novos alunos depoimentos de alunos das edições anteriores, dando a conhecer aos alunos desta edição aquilo que foi feito nas edições anteriores. "Na Academia Júnior de Ciências tem havido ganho em conhecimentos científicos. E, para além dos conhecimentos científicos, a AJC tem sido importante no processo de socialização dos próprios alunos. Por outro lado, é dada aos alunos uma vivência universitária", sublinhou.
"O nosso diretor disse-nos que a AJC ajudou muitos dos alunos a decidirem aquilo que queriam fazer no futuro" "Foi, sem dúvida, uma das melhores atividades que tive ao longo do 12º ano". João Pais participou na AJC do ano passado e hoje é aluno do primeiro ano de Medicina da UBI. O jovem aluno fez questão de marcar presença na cerimónia de abertura da terceira edição para transmitir a sua experiência aos novos alunos. "É uma atividade fantástica a vários níveis, porque nos dá contacto com uma realidade um pouco diferente e com outras atividades que não podem ser desenvolvidas nas escolas secundárias. Temos um aprofundamento de conhecimentos em certas áreas e, por outro lado, tem a componente da socialização", explica João Pais. "Fiz aqui grandes amigos e todos devem aproveitar. É uma tarde por semana e vão ter tempo para tudo. Ninguém se vai arrepender. Aproveitem, conheçam-se uns aos outros, conheçam a universidade e tirem todas as dúvidas que tiverem com os professores, que com certeza vos vão ajudar", garantiu o "caloiro" de Medicina na UBI. Para Leonor Mendes, a AJC é novidade. Aluna de 12º ano da Escola Secundária Frei Heitor Pinto, da Covilhã, confessa "não saber ainda muito bem que área seguir no futuro". Daí que veja nesta experiência uma oportunidade para clarificar ideias. "O nosso diretor disse-nos que a AJC ajudou muitos dos alunos a decidirem aquilo que queriam fazer no futuro, por isso, acho que vai ser muito útil esta experiência. Acho que vamos aprender coisas novas e penso que vai ser muito interessante", acredita a jovem. O diretor da escola de Leonor é Aníbal Mendes, que coordena o Agrupamento de Escolas Frei Heitor Pinto. "Repetente" no projeto, o docente sublinha que "é sempre um prazer para as escolas secundárias poderem participar nesta iniciativa. Estamos na terceira edição e todos nós partilhámos e apoiámos este projeto desde início. É uma forma de articular o Ensino Secundário com o Ensino Superior, uma forma dos alunos do Secundário fazerem uma ponte com a universidade no ano seguinte", refere. Por outro lado, considera que "esta imersão no meio universitário é importante, e a partilha de projetos entre alunos de diferentes escolas e o contacto com os alunos que já estão na universidade. É uma partilha e uma experiência extremamente importantes para os nossos alunos". |
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