Apesar de considerar que este número de 90 alunos representa “um universo bastante razoável”, o presidente do DGE não esconde a vontade de fazer crescer a população estudantil das pós-graduações do departamento a que preside.“Gostaríamos de ampliar substancialmente este peso da pós-graduação, mas sabemos que é um trajeto que vai ser árduo, não há só variáveis que a universidade controla, sabemos que quem termina uma Licenciatura muitas vezes está a pensar no mercado de trabalho, tem outro objetivo ou inclusivamente muda de instituição”, revela.

Alcino Couto acrescenta ainda que “cabe à UBI aceitar este desafio e tentar não só atrair, que é importante que os fluxos de atração sejam significativos, mas também manter os estudantes que aqui estão e a capacidade de retenção também é um reconhecimento de que o trabalho feito no primeiro ciclo foi de qualidade”.

Mesmo perante as dificuldades que admite existirem, o responsável pelo DGE não deixa de sonhar com um crescendo de discentes e aponta um número em concreto.“Espero que no próximo ano em vez de 90 possam estar 120, o que já seria uma boa progressão, obviamente que os números são relativamente voláteis o que importa é que a flutuação não seja significativa, que a tendência seja de crescente de alunos e que possa alicerçar um futuro para a UBI com maior presença do universo da pós-graduação”, considera.

Já a vice-presidente da FCSH, Helena Alves, destaca “que esta oferta de pós-graduação é muito importante para nós porque representa uma continuidade na evolução da vida das pessoas e um contributo que nós esperamos que seja fértil a nível de investigação que se faz nesta faculdade, pois é assim que o conhecimento avança para os alunos, para nós e para toda a sociedade”.

É exatamente com o desejo de evoluir que os novos estudantes ingressam nas pós-graduações do DGE. Alícia do Nascimento, estudante do Mestrado em Gestão é um desses casos, deixou S. Tomé e Príncipe há quatro anos para estudar Gestão de Recursos Humanos no Instituto Politécnico de Setúbal e agora, durante pelo menos dois anos, o DGE da Universidade da Beira Interior será o seu novo local de estudo. Em declarações ao Urbi et Orbi, confessa que está a “gostar muito de estar cá, as pessoas são muito acolhedoras e espero que o Mestrado em Gestão contribua de alguma forma para melhorar os meus conhecimentos para eu conseguir entrar no mercado de trabalho com uma boa base”. Os fatores que pesaram para a escolha da UBI foi o facto da Universidade ter um protocolo com os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e com a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), que “permite que os alunos tenham um melhor acolhimento em comparação às outras universidades e também porque as propinas são mais reduzidas porque nós somos equiparados a estudantes portugueses”, refere.

Outro dos novos discentes do DGE é Luís Moreira que já possui uma carreira consolidada de dirigente da Autoridade para as Condições de Trabalho e que regressa à Universidade, onde fez a Licenciatura em Ciências da Comunicação, para abraçar um outro desafio, desta vez para ser mestre em Empreendedorismo e Criação de Empresas. Para Luís Moreira, este “regresso depois de um interregno” surge devido à vontade de se “manter ativo e ligado ao ensino”. Embora assuma que vai ter dificuldades acrescidas para conciliar a vida profissional com os estudos, mesmo sendo um curso com horário pós-laboral, acredita que chegará “a bom porto”. Ainda neste dia os novos discentes ficaram já a conhecer os seus diretores de curso, que os informaram sobre várias questões relacionadas com a pós-graduação que vão frequentar e com o ambiente académico.