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Museu dos Lanifícios recebe apresentação da obra sobre Beira Interior Sul
Carla Sousa · quarta, 28 de setembro de 2016 · O auditório do Núcleo da Real Fábrica Veiga do Museu dos Lanifícios acolheu, no passado dia 22 de setembro, a apresentação do livro “Povoamento e Propriedade Entre o Zêzere e o Tejo (séc.XII-XIV)”, da autoria da historiadora Maria da Graça Vicente. Trata-se de uma obra que retrata o processo de ocupação e povoamento do espaço geográfico da Beira Interior Sul. |
Maria da Graça Vicente durante a apresentação |
21999 visitas A escritora que já costuma ser presença habitual no Museu dos Lanifícios e na Covilhã regressa novamente para lançar um livro que desta vez “mostra algumas facetas do viver naquela época nesta região, em muitos casos não divergia do resto do reino ou até da Europa, mas tinha as suas especificidades devido às caraterísticas do terreno, da organização social, da organização política ou territorial e dos recursos”, refere. “Povoamento e Propriedade Entre o Zêzere e o Tejo (séc.XII-XIV)” resulta da tese de Doutoramento da também membro da Sociedade Portuguesa de Estudos Medievais e desenvolve-se tendo em conta três vetores principais, respetivamente a identificação da génese e evolução de vilas e aldeias neste espaço, o processo de partilha e aproveitamento da terra e outros recursos entre os vários agentes, coletivos ou individuais, que participaram no movimento da ocupação deste território e ainda o reconhecimento das estruturas político-jurídicas, económicas, sociais e religiosas que lhe deram suporte. De acordo com a autora a região abordada possui “uma riqueza histórica porque é um território desde longa data habitado, com muitas tradições dos povos, e que ainda tem muita história por fazer devido à falta de documentos”. Até chegar à fase final do percurso que tinha traçado, a conclusão da tese de terceiro ciclo e posteriormente a publicação da obra em 2015, Maria da Graça Vicente admite que “foram vários anos de investigação e de trabalho, estive em vários arquivos particulares aqui na região, em várias misericórdias e na Torre do Tombo e foram muitos dias a procurar e a ler, mas o trabalho académico obriga a isso”. Em mais uma visita a também membro da Academia Portuguesa de História, nascida em Sarzedas, Castelo Branco, confessa que “é sempre um prazer vir à Covilhã, a minha segunda cidade porque eu andei aqui vários dias e tive muito boa colaboração da parte do arquivo, cada vez que venho aqui tenho cá cada vez mais amigos ou conhecidos. “Interessa-me divulgar esta região porque é um prazer para mim, gosto desta zona, por onde andei nunca deixei de dizer que era da beira”, conclui. A apresentação da obra ficou a cargo do diretor do Museu dos Lanifícios que salienta que “este é um dos livros perfeitos, apresenta a autora de rosto inteiro, já conhecido pela dedicação à história da Covilhã, pela simpatia, amizade às suas gentes e interesse pelo sucesso das suas instituições”. António dos Santos Pereira acrescenta ainda que “as referências grandes e fundamentais da história são o espaço e o tempo, a autora sendo natural de um rincão do espaço sobre que escreve escolheu um tempo afastado e fá-lo com a isenção, portanto a verdade e a disciplina do método, que são o timbre do bom historiador”. Por sua vez o vereador da cultura do Município da Covilhã, Jorge Torrão, assume que “desde a primeira hora que recebi a doutora Maria da Graça Vicente na Câmara Municipal vi logo que estava perante uma académica extremamente empenhada e interessada e que tinha um entendimento da Covilhã e das pessoas da cidade”. O evento foi uma organização conjunta entre o Museu dos Lanifícios e a Câmara Municipal da Covilhã.
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