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Aluna de Mestrado de Design de Moda apresenta Coleção Trama
Carla Sousa · quarta, 28 de setembro de 2016 · O corredor do Núcleo da Real Fábrica de Panos do Museu dos Lanifícios serviu de cenário para a apresentação da Coleção Trama da autoria da estudante de Mestrado de Design de Moda, Letícia dos Santos, que com este projeto final de segundo ciclo quis contrariar as formas habituais de apresentação de moda apostando assim numa exposição viva de modelos, onde conjugou a moda com as artes visuais, preformativas, com os museus e com experiências sensoriais. |
Alunas da UBI serviram de modelos para a apresentação da coleção |
22005 visitas A Coleção Trama, é inspirada na desconstrução do traje do século XVIII, resulta do estudo da relação da moda com as artes visuais, performativas e com os museus, assuntos estes que fazem parte dos interesses da aluna que acabou por aproveitar alguns dos conhecimentos que já havia adquirido com uma Licenciatura em Design de Guarda Roupa para Teatro para fazer uma apresentação diferente do habitual. “Interessava-me estudar outros métodos de apresentação de moda que não os desfiles, que são sempre muito atribulados e rápidos, então pegando na relação da moda com a performance optei por escolher esta forma mais positiva, mais performativa, mostrando a minha coleção segundo uma exposição viva, de quadros vivos com os modelos presentes”, explica. Através desta mostra, que teve a duração de duas horas, Letícia dos Santos acredita que está a “fomentar uma experiência mais sensível do que só visual e as pessoas estão livres de circularem entre as modelos, de se aproximarem, de tocarem, de sentirem, algumas das peças têm cheiro, é assim uma experiência mais próxima e mais demorada”. Além disso, a vontade de que esta experiência fosse mais do que visual para o público levou-a a enveredar por outros caminhos, tais como o campo da sinestesia. “Estudei os níveis de perceção e acabei por descobrir o universo da sinestesia, que nem toda a gente possui essa capacidade que é sermos capazes de associar várias sensações, por exemplo há quem veja cor no espaço perante um determinado som, é raro mas é possível, e então foi por isso que eu também fui aplicar cheiros nas roupas”, salienta. O orientador do projeto final, José Lucas, sublinha que “com as peças de vestuário todas em branco e com cheiros diferentes nalgumas partes o que queremos perceber é se algum indivíduo ao passar, ao tocar, ao ver mais de perto as peças em movimento se o cheiro, ou outro efeito lhe traz à ideia outro tipo de sensação”. Os resultados obtidos sobre o efeito da sinestesia para o público em geral serão depois analisados e apresentados pela discente. De resto, Letícia dos Santos diz que nota “uma maior adesão por parte das pessoas com maior interesse pela moda que pararam mais para ver, as outras passam um bocado mais tímidas, sentem que estão a incomodar quando na verdade são público”. Apresentar esta coleção para esta estação de Outono/Inverno noutras cidades do país, de acordo com os mesmos moldes, é também um objetivo da estudante do segundo ano do Mestrado em Design de Moda.
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