A Covilhã recebeu na semana passada o FEM TOUR TRUCK, um festival de videoarte feminista que procura encontrar a igualdade de género através da arte. Alejandra Bueno, mentora do projeto, explicou que a iniciativa nasceu “da necessidade de fazer rir, criando espaços para que as pessoas se dêem conta da desigualdade” que ainda existe quanto ao género. “Queremos fazer rir de uma maneira critica, fazendo pensar”, acrescentou.

Uma das ações incluídas no painel da manhã do FEM TOUR TRUCK intitulou-se “A revolta dos panos”, um projeto que desafiou mulheres que estão em instituições de acolhimento e de apoio à terceira idade a pensar em provérbios machistas e costurá-los em cima de panos de cozinha. Os panos estiveram expostos no jardim público durante o dia de quinta-feira, tendo como intuito fazer com que “muitos destes ditados caiam”, referiu Rosa Carreira, uma das orientadoras da iniciativa. O painel da manhã contou, ainda, com a recitação de um poema que retrata o cansaço da mulher, declamado por Carmo Póvoas, inserido na temática “Poemas à solta”.

Segundo Graça Rojão, presidente da Coolabora, local onde foi apresentado o FEM TOUR TRUCK, as questões quanto à igualdade de género ainda não estão resolvidas. A responsável considera que “ainda há um longo caminho a percorrer” e explica que o objetivo da iniciativa foi mostrar que se pode fazê-lo “de uma forma mais lúdica, através da arte, da poesia, da cultura, do vídeo”.

Durante a tarde ocorreram mais iniciativas alusivas à promoção da igualdade de género, nomeadamente um workshop sobre violência sexista nas praxes, um debate intitulado “quem tem medo de feminismos” e ainda uma mostra de vídeos.

A organização do FEM TOUR TRUCK na Covilhã foi da responsabilidade da Coolabora com a parceria da Câmara Municipal da Covilhã e do Teatro das Beiras.