A Viagem Medieval regressa a Sortelha com um programa composto por animação e recriações históricas do reinado de D. Dinis, dando a conhecer o espírito trovadoresco dos séculos XIII-XIV. A feira centrou-se na alta Idade Média, que foi a época do “plantador de naus”, e do trovador que deambula de terra em terra à procura do seu sustento.

Sortelha, aldeia com pouco mais de 400 habitantes, engalanou-se entre os dias 23 e 25 para receber cerca de 10 mil visitantes, vindos de diversas regiões do país, e também muitos turistas do país vizinho. Este foi o sexto ano consecutivo em que esta freguesia do Sabugal recua no tempo, para recriar fielmente episódios históricos da época medieval.

António Robalo, presidente da Câmara Municipal do Sabugal, afirma que este tipo de eventos traz sobretudo vantagens económicas e culturais, devido à “massa de pessoas que atrai, e isso é rentável tanto para a própria aldeia como para o resto do concelho e região”. Procura-se assim com esta aposta no turismo “inverter a desertificação populacional, aumentar a atratividade para os turistas e dinamizar a atividade económica do comércio tradicional”.

Num ambiente efervescente e repleto de animação, marcaram presença as tradicionais tendas, de artífices e artesãos, e tabernas com os petiscos próprios da época, assim como vestuário, acessórios e entre outros adereços únicos que não deixam ninguém indiferente. A bijutaria, as pedras, os incensos, os licores, o artesanato em madeira e muitos outros produtos da época completavam as bancas dos mercadores que se encontravam pelas ruas do burgo.

Licínia Costa, admite ter ficado fascinada pela aldeia assim que a visitou pela primeira vez, e desde então faz questão de todos os anos marcar presença na feira medieval, pelo “lugar histórico que é, pela sua gastronomia, originalidade e essencialmente pela diversidade a nível artesanal que possui”.

Do programa fizeram parte espetáculos de música e fogo, danças, jogos medievais, torneios de armas e de cavalo, falcoaria e exposição de aves, entre outros. O ponto alto das celebrações, a que muitos assistiram, foi o concerto no dia 24, do grupo “Galandum Galundaina”. No último dia, também muitos curiosos presenciaram o espetáculo “Trovas e Provas a Dona Isabel”, realizado pelo grupo de teatro “Anel de Pedra”.

Todos os visitantes habilitaram-se ainda a um prémio simbólico, pois ao passar as portas de Sortelha, receberam um “Pass’a Porta” que os convidava a descobrir os recantos desta aldeia, com o preenchimento de todos os carimbos com reprodução de marcas de canteiro existentes nas muralhas.