Em declarações ao Urbi et Orbi, o também Pró-Reitor da UBI não esconde a satisfação em fazer parte da equipa que será responsável por apresentar propostas para solucionar os problemas existentes no funcionamento do Serviço Nacional de Saúde (SNS). “Sinto-me extremamente honrado pelo convite para integrar esta Comissão Nacional de Reforma Hospitalar. Sem dúvida é um desafio pelas dificuldades que existem em matéria de rede hospitalar, um trabalho que precisa de ser feito a nível nacional, que envolve uma logística muito pesada, mas felizmente estou integrado numa equipa de profissionais altamente qualificados e que com certeza saberão dar resposta ao desafio lançado pelo senhor Ministro da Saúde”, refere.

Embora admita que os trabalhos ainda se encontram numa fase inicial, uma vez que a nomeação apenas foi publicada em Diário da República a 29 de agosto, o também diretor do UBIMedical adianta que estão já a ser agendadas reuniões com os vários organismos de saúde regionais, de modo a tomar conhecimento de quais os problemas que os afetam e daí partir para a definição de medidas de correção ou de melhoria da situação.

“Neste momento o que se pretende fazer é um levantamento dos problemas, uma das próximas intervenções deste grupo será organizar reuniões de trabalho distribuídas por vários pontos do país, em que serão convidados atores regionais na área da saúde exatamente para fazer o levantamento dos problemas, das dificuldades sentidas pelas várias unidades de saúde para propormos em conjunto soluções que possam resolver estas dificuldades”, avança.  

Sem querer entrar em pormenores, o também médico especialista em Endocrinologia vai antecipando que “a falta de médicos, a pouca acessibilidade das instituições de saúde do Interior e também do Algarve, que são algumas regiões do país que têm uma dificuldade crónica em atrair profissionais de saúde, e de facto é preciso estudar as causas e propor soluções e essa é também uma das missões deste grupo de trabalho”.

Outra das questões a avaliar pela Comissão Nacional de Reforma Hospitalar será o facto de existirem “vários hospitais no país que são hospitais universitários e é preciso realmente também olhar do ponto de vista geral como é que é feita a relação dos hospitais universitários e respetivas faculdades e promover uma maior interação e um bom modelo de funcionamento, integrativo entre as unidades de saúde por um lado e a comunidade estudantil por outro”, garante.

Manuel Lemos é professor auxiliar da Faculdade de Ciências da Saúde desde 2008. Obteve a Licenciatura em 1995 na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra. Em 2003, finalizou o mestrado em Biologia Celular, na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra. Cinco anos depois, concluiu o Doutoramento em Endocrinologia na Universidade de Oxford, no Reino Unido.