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Comboio chegou há 125 anos à Covilhã
Rafael Mangana · quarta, 7 de setembro de 2016 · Região O município da Covilhã assinalou esta terça- feira, 6 de setembro, a inauguração da linha da Beira Baixa, com a recriação da inauguração da linha pelos reis D. Carlos e D. Amélia em 6 de Setembro de 1891. |
A Covilhã regressou por momentos a 1891 |
21989 visitas Os reis D. Carlos e D. Amélia voltaram a desembarcar na Estação de Caminhos de Ferro da Covilhã, 125 anos depois. Mais de 200 figurantes recriaram o momento histórico junto à estação ferroviária da Covilhã, numa iniciativa que contou com a parceria da Infraestruturas de Portugal, CP, Fundação do Museu Nacional Ferroviário e várias associações locais. Depois de voltar a desembarcar na Covilhã, o "rei D. Carlos" aproveitou para lamentar o facto de, tal como há 125 anos, a ligação da Covilhã à Guarda, ainda não ser uma realidade. "Há 125 anos quando aqui estive, a inauguração para a linha da Guarda esperava-se dentro de alguns meses, demorou três anos, e agora, passados 125 anos, é com algum desalento que verifico que a linha para a Guarda continua fechada, mas acredito que dentro em breve vai abrir". Tendo sido rei por um dia, o diretor da rede municipal de museus considera "muito gratificante ter mostrado a toda esta gente, a todos os covilhanenses como se viveu há 125 anos, a bênção que foi o progresso, e acho que no fundo conseguimos desenvolver sentimentos de pertença, conseguimos valorizar uma memória coletiva". Carlos Madaleno lembra que "o grande objetivo era a reconstituição, aliás, o Rei e a Rainha não são só figurantes, houve também, enquanto Coordenador dos Museus e a Rainha Coordenadora do Arquivo Municipal, coube a eles também esta organização, esta coordenação deste evento e acho que conseguimos o objetivo, por isso foi muito bom". A iniciativa "foi com a solenidade que a recriação merecia, com o aplauso e com a participação do povo e das agremiações do concelho da Covilhã que aqui vieram, no fundo, tentar reproduzir aquilo que aconteceu há 125 anos atrás", considera o presidente da autarquia covilhanense. "Acho que é um momento único, é ímpar, e diz muito da nossa pegada cultural no concelho da Covilhã", reforçou Vítor Pereira. Quanto às tão esperadas obras de requalificação da Linha da Beira Baixa da Covilhã à Guarda, o autarca lembrou o anúncio feito no passado mês de julho. "Era só para avançar em 2018, é lançado concurso ainda este ano, as obras muito provavelmente na Primavera estarão a arrancar, o que significa que para o ano, nesta altura do ano já estarão numa fase avançada e isso é para nós motivo de contentamento e esperança, porque esta requalificação é para nós fundamental para o nosso desencravamento". Sublinhando que se trata de "uma questão de fazer justiça com a Covilhã, com este eixo Covilhã – Guarda", Vítor Pereira reforça que "é fundamental para as nossas acessibilidades, em termos das nossas populações, das mercadorias, deste corredor que é o acesso à Europa, porque temos aqui ao lado a principal porta de saída que é Vilar Formoso e estamos neste momento sem acessibilidade ferroviária a essa mesma fronteira e isso vai deixar de acontecer assim que as obras estejam terminadas". Por outro lado, o edil admitiu ainda a falta de conforto dos passageiros. "Nós já temos também neste momento muita população, muita gente que se desloca à Covilhã por via ferroviária, e a verdade é que neste momento quer os covilhanenses que se deslocam de um lado para o outro, quer quem nos visita, enfim, queixa-se que o material circulante não é condizente com a já requalificada linha até à Covilhã". Vítor Pereira garantiu que esta será, também, uma reivindicação da autarquia às instâncias competentes.
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