Já desde há muito tempo que os membros da equipa constituída por Andreia Pereira, Fábio Monteiro e Hélio Cuve nutrem um fascínio por esta área da linguagem corporal. Algo que os motivou a apresentar a candidatura, no final de abril, para poderem participar no concurso que premeia a inovação, o método, a criatividade e o rigor científico nos projetos de Intervenção Psicológica. Depois do seu projeto ter sido considerado um dos 10 melhores apuraram-se para o Segundo Summer Camp da Academia OPP, onde viram o seu trabalho ser distinguido com um terceiro lugar a nível nacional.

Este facto é apontado por Andreia Pereira, em declarações ao Urbi et Orbi, como um motivo de regozijo. “É um orgulho para nós sentir que todo o trabalho e investimento que demos a este projeto é valorizado e apreciado devido ao seu grande caráter científico e de grande potencial de negócio”, refere. “É-o também por sentirmos que podemos fazer dele mais do que um projeto e uma aplicação, com ele podemos ajudar outras pessoas e assim servir a sociedade, pois é para isso que estamos a estudar Psicologia, para podermos utilizar os nossos conhecimentos em prol do outro”, acrescenta.

O projeto que consiste numa aplicação tecnológica de treino de expressões faciais, tem como principal objetivo que “o utilizador através da visualização dessas expressões consiga compreender qual a emoção que lhe está associada”, explica. Um dispositivo que de acordo com Andreia Pereira é dirigido especificamente a três públicos-alvo. “Destina-se a pacientes com depressão, esquizofrenia, AVCs, que são as patologias que apresentam maior défice no reconhecimento de expressões faciais. Em segundo lugar, a profissionais de saúde, para aumentar a empatia e o rapport durante os processos terapêuticos para que o paciente se sinta mais compreendido pelos profissionais de saúde e mais satisfeito com o atendimento”, conta.

“E em terceiro lugar é uma versão destinada às empresas, e em especial aos técnicos de vendas, com o objetivo de os ensinar a compreenderem melhor quais são as necessidades dos clientes e dessa forma a ajustarem os processos de negociação e aumentarem as vendas e a produtividade da empresa”, continua.  

Em cima da mesa está já a possibilidade desta ideia passar da teoria à prática, sendo que, tal como adianta, os três premiados estão já no terreno a angariar apoios e a participar com o mesmo noutras iniciativas. “Nós ambicionamos mesmo a concretização desta aplicação porque já existem aplicações semelhantes a nível mundial, mas não existe nenhuma adaptada à língua portuguesa. O objetivo é então construí-la e depois exportá-la para o Brasil e para os países de língua portuguesa porque acreditamos que ela é uma mais-valia”, destaca. “Temos já o apoio de uma empresa portuguesa que trabalha na área do comportamento não-verbal, que nos está a fazer a tutoria científica ao projeto, entretanto já concorremos a outros dois concursos e vamos reunir com a UBI para saber de que forma é que podemos constituir uma parceria”, avança.

Sobre a participação no Segundo Summer Camp da Academia OPP, onde tiveram sessões de formação e aperfeiçoamento dos projetos com profissionais de várias áreas, a discente da UBI afirma que serviu para “ter contacto com a realidade de negócio, pudemos perceber qual a ligação entre a Psicologia e a área de negócio e compreender quais os limites e potencialidades dessa junção”.