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Jovens ciganos realizam estágios para aprender a valorizar a escola
Carla Sousa · quarta, 3 de agosto de 2016 · Ao longo de uma semana, jovens de etnia cigana adotaram o papel de educadoras, auxiliares de ação educativa e administrativos em determinadas instituições do concelho da Covilhã. Os estágios “Escolher o Futuro”, decorreram durante o mês de julho, e pretendem promover o sucesso escolar dos adolescentes, bem como facilitar a integração profissional dos jovens desta comunidade. |
Rosa Carreira com dois dos participantes |
21971 visitas Por um lado, tal como refere a coordenadora do Projeto Quero Ser Mais E6G, estes estágios de curta duração, que são geridos pela CooLabora, têm como missão transmitir aos jovens a importância da escola para o seu futuro profissional, incentivando-os assim a alcançarem bons resultados escolares. “O objetivo dos estágios passa por promover o sucesso escolar das crianças e jovens na perspetiva de que se eles experimentarem uma profissão e perceberem o papel da escola para conseguirem essa profissão provavelmente irão ter uma outra postura, irão ter o cuidado de andar na escola e de estudar”, refere. Por outro lado, ainda possuem como finalidade fomentar “a integração profissional de jovens de etnia cigana, porque de facto as oportunidades em ambiente profissional são pequenas por causa de estereótipos que ainda persistem e o nosso objetivo também é mostrar que eles são capazes de desempenhar uma profissão”, explica. Atualmente, são oito as entidades que acolhem estes jovens do Tortosendo, no entanto o objetivo passa por alargar esta ação a mais organismos. “A ideia também é tornar estas experiências públicas de forma a incentivar outras organizações a darem oportunidade a estes jovens, apelando à sua responsabilidade social para que no próximo ano possamos ter ainda mais organizações a acolher jovens de etnia cigana e outros”, adianta Tânia Araújo. Nos estágios participaram jovens dos 14 aos 30 anos, sendo que dois estagiários foram integrados na CooLabora, cooperativa de intervenção social, onde executaram variadas tarefas administrativas. Sobre a sua prestação, a orientadora, Rosa Carreira, sublinha que “foram fantásticos, acho que foram das pessoas que já tivemos aqui a fazer os estágios mais dedicadas, muito preocupadas em fazer as coisas bem e em cumprir”. Por sua vez, Leonor Cardoso foi uma das três estagiárias que desenvolveram diversas atividades no jardim-de-infância do Centro de Assistência Social do Tortosendo. Em entrevista ao Urbi et Orbi confessa que foi “uma experiência de que gostei muito, na verdade senti-me aceite pela sociedade, foi maravilhoso”. “Também no centro fomos muito bem aceites, os professores ensinaram-nos como é que devíamos tratar das crianças e os pequenos também apanharam amizade connosco e nós com eles. Só tivemos pena de não ter sido uma iniciativa de mais tempo”, acrescenta. A frequentar o quinto ano de escolaridade assume que, através desta iniciativa, “mudou a mentalidade” em relação à escola e pondera mesmo “no futuro seguir algo relacionado com educadora ou auxiliar de infância”. Os estágios “Escolher o Futuro” inserem-se no âmbito do Projeto Quero Ser Mais E6G, financiado pelo Programa Escolhas, e possui como promotor o Agrupamento de Escolas Frei Heitor Pinto, em parceria com outras organizações públicas e privadas. |
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