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UBI testa projetos-piloto em Saúde na Mutualista
Rafael Mangana · quarta, 3 de agosto de 2016 · Um dos projetos será testado durante meio ano e vai envolver 40 voluntários ligados à instituição, entre os quais associados, utentes, familiares e colaboradores. |
Pedro Araújo, coordenador do projeto "Dodo: Domotic Doctor", Helder Morais, diretor executivo da Mutualista Covilhanense, e Bruno Silva e Joel Rodrigues, ambos do Grupo NetGNA |
21969 visitas Dois projetos de investigação tecnológica e informática aplicada à Saúde do Departamento de Informática da Universidade da Beira Interior (UBI), dos domínios da telemonitorização e da telessaúde, vão ser testados na Mutualista Covilhanense, anunciaram na passada sexta-feira, 29 de julho, a instituição e os investigadores. Os projetos-piloto foram apresentados numa sessão pública que decorreu no auditório da associação. Um deles tem a designação de "Domotic Doctor", é coordenado pelo docente Pedro Araújo e foi concebido no âmbito do Polo de Investigação e Desenvolvimento em Telemonitorização para a Saúde da Covilhã – entidade que agrega a UBI, o Centro Hospitalar Cova da Beira, as Câmaras Municipais da Covilhã, Fundão, Belmonte, Penamacor e o Agrupamento dos Centros de Saúde da Cova da Beira. Trata-se de um sistema composto por um harware e um software que permite, por um lado, a realização de um conjunto alargado de testes de saúde e, por outro, o armazenamento e análise numa aplicação informática. Segundo adiantou Pedro Araújo na sessão, será testado a partir de 10 de agosto e durante 6 meses no Centro Clínico da Mutualista, com a colaboração de 40 voluntários ligados à instituição, entre os quais associados, utentes e seus familiares, bem como funcionários. "A diferença relativamente a outros sistemas prende-se com o elemento facilitador. Queremos que tudo seja o mais automático possível, de modo a reduzir o número de passos a dar em cada uma das operações", explicou Pedro Araújo. Na prática, trata-se de um equipamento que permite recolher e tratar dados relativos a parâmetros fisiológicos como pressão arterial, frequência cardíaca, oxímetria do sangue, temperatura, glicémia, IMC e eletrocardiograma (com frequência cardíaca). Esses dados são depois encaminhados automaticamente para fichas de pacientes no sistema do Serviço Nacional de Saúde, ou seja, para a PDS - Plataforma de Dados de Saúde da SPMS, podendo depois ser consultados online por profissionais de Saúde e pelos próprios pacientes. Este projeto visa automatizar todo o processo de recolha e visualização de dados, simplicando-o e evitando erros comuns. Além disso, será capaz de gerar alertas para profissionais de saúde e pacientes via sms. "Uma vez verificado o sistema e afinados todos os eventuais problemas, passaremos a uma fase de comercialização”, referiu o docente, ressalvando que ainda haverá um "longo caminho" a percorrer, já que os sistemas médicos têm de passar por um apurado processo de certificação, antes de serem colocados no mercado. Quanto ao outro projeto apresentado, é da autoria do grupo NetGNA, afeto ao Instituto das Telecomunicações. Este grupo é um dos parceiros da Mutualista Covilhanense para a implementação da Unidade Móvel de Saúde, projeto que a instituição prevê ter na estrada ainda durante este Verão. Chama-se "Healthings Mobile Solution" e baseia-se na construção de uma solução tecnológica e informática que pretende apoiar os profissionais que vão operar na viatura. Essa solução será também capaz de captar vários parâmetros fisiológicos, que correspondem aos que são já recolhidos habitualmente no Gabinete de Enfermagem do Centro Clínico. Além disso, permitirá realizar ainda traçado de eletrocardiograma, traçado de eletromiograma e resposta galvânica da pele. "Vamos adaptar alguns dispositivos já existentes e integrar outros construídos por nós numa solução integrada para a Unidade Móvel de Saúde", disse Joel Rodrigues, um dos dinamizadores do projeto. De acordo com este responsável, estão em causa aplicações móveis e todo o hardware necessário para a realização de exames de saúde, vigilância e monitorização no contexto móvel. "Em paralelo, também teremos outros instrumentos que podem ser colocados em casa das pessoas e que permitem recolher dados da própria habitação e dos utentes, sendo que tudo isto será integrado numa solução única", referiu. Já o presidente da Mutualista Covilhanense, Nelson Silva, realçou a importância destes projetos para a associação. "Estes dois projetos são fundamentais porque têm uma vertente inovadora muito grande e ajudarão a levar os nossos serviços às pessoas, nomeadamente na área da saúde", afirmou. A Mutualista Covilhanense foi criada há 86 anos. Para além de um Centro Clínico, dispõe de uma Farmácia e de serviços de apoio à terceira idade, que são um Centro de Dia, uma Estrutura Residencial para Pessoas Idosas e Serviços de Apoio Domiciliário. Emprega 45 pessoas e dá apoio direto a 150 utentes, tendo ainda uma média diária de 250 atendimentos nos serviços de saúde. |
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