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"Muitas empresas preferem profissionais com bases matemáticas"
Rafael Mangana · quarta, 20 de julho de 2016 · @@y8Xxv Desde cedo mostrou apetência para os números. Incentivado pela professora de Matemática do 7º ano, foi mesmo esta área que acabou por seguir. Natural da Covilhã, João Brás quis manter-se na sua cidade e apostou na UBI para prosseguir os estudos, onde entrou em 1999 para o curso de Matemática. Com um percurso profissional sempre ligado à sua área de formação, trabalha para a Portugal Telecom desde 2013, onde é, entre outras funções, analista de dados. |
João Brás |
21980 visitas Urbi et Orbi: Porquê Matemática na UBI? Sempre teve este gosto pela Matemática? João Brás: Eu penso que o gosto pela Matemática desenvolveu-se com uma professora que eu tive a partir do 7º ano. Por curiosidade essa mesma professora foi minha colega, e é hoje em dia minha amiga, e foi minha colega na escola onde fiz o estágio do curso. E esta professora mostrou-me a Matemática de uma maneira que eu fiquei fascinado. E depois, com este gostinho – e para mim foi formidável ter aulas do 7º ao 9º com ela - quando passei para o 10º já estava com a ideia de seguir algo relacionado com a Matemática e depois no final do 12º foi esta a opção.
U@O: Por vezes tem-se a ideia de que esta é uma área com empregabilidade algo complicada. É assim? JB: Eu, por experiência própria acho que não. Acho que realmente a vertente de ensino tem mais dificuldade, mas é o ensino em geral, acho que em termos de professores já temos um número a nível nacional que está à espera de encontrar uma escola. Mas em termos do que é a base das matemáticas há muitas empresas a preferir este tipo de alunos, que tenham esta base, até porque o raciocínio lógico acaba por ajudar na maior parte das tarefas diárias que se possam ter e as grandes empresas dão muito valor à parte do raciocínio lógico. É preciso é mostrar que o perfil não é só ligado ao ensino, como foi o meu caso. O meu curso foi muito ligado à variante de ensino, obviamente que com aquela base matemática pura, o que acabou por me ajudar naquilo onde estou hoje também.
U@O: Como tem sido o seu percurso profissional? JB: Quando finalizei a licenciatura fiz estágio na Escola EB 2/3 do Tortosendo e depois do estágio, ainda quando estava a finalizar o curso, fui convidado pela escola para fazer parte de um projeto de inclusão social no Tortosendo, um projeto ligado ao Programa Escolhas e estive lá três anos. Depois, e já com a licenciatura finalizada, fui à procura de algo diferente, sendo que no ensino fui dando aulas na AFTEBI, aqui na Covilhã, ainda dei matemática durante três anos, mais ou menos, a vários cursos de nível cinco. Depois dessa etapa fui à procura e candidatei-me ao Programa Trainees da PT. Obviamente que o percurso até aqui foi todo na Covilhã, mas o programa previa que tinha que mudar para Lisboa. E assim o fiz, entrei na PT, juntamente com 81 colegas no Programa Trainees em 2013, e fui trabalhar para uma área de reporting de qualidade de serviços. Ou seja, indicadores diários, semanais, mensais, anuais da operação ligada às chamadas móveis, fixas, e também de Meo, tv, os canais, era mais análise de dados. Passado ano e meio, houve a oportunidade de regressar à Covilhã ainda dentro da Portugal Telecom, que era o meu objetivo, regressar às raízes. Entretanto candidatei-me a uma vaga que havia na equipa de gestão de data center. Uma área completamente diferente mas onde continuei a fazer também análise de dados, mas passei também mais para a parte da infraestrutura em si, do acompanhamento da infraestrutura diária e também um pouco mais ligada ao cliente.
U@O: Que conselhos daria hoje a um aluno da UBI de Matemática para vingar nesta área? JB: Eu penso que a melhor resposta para essa pergunta será que depende muito da vontade de cada um. Eu tenho colegas que fizeram o mesmo percurso que eu na UBI e hoje estão a dar aulas e estão completamente satisfeitos. Provavelmente, se não houvesse aqui dois ou três momentos chave na minha carreira, também o poderia estar a fazer. O melhor conselho que eu posso dar a quem esteja atualmente a tirar Matemática é verificar e continuar a trabalhar muito as cadeiras do próprio curso, porque isso, pode não parecer na altura em que se está a trabalhar, mas vai servir muito no futuro, no trabalho diário, quando o nosso perfil é sobretudo o raciocínio lógico e também os números, algo que, vou repetir, tem a ver muito com o que as empresas também buscam hoje em dia. Obviamente que hoje em dia a Informática também está muito em voga, e há cada vez mais empresas a recrutar elementos com cursos ligados à informática, mas por baixo da informática está sempre a base da matemática, esse raciocínio lógico da programação, da administração de sistemas tem muita Matemática por trás. Por isso, se o perfil do estudante for ligado ao ensino, e for essa a sua vontade, tudo bem, sigam esse sonho, mas se calhar o melhor conselho será também verificar se de facto não há um bichinho ali pela Informática que possa também aumentar as suas valências enquanto profissional.
Perfil: Nome: João Brás Naturalidade: Covilhã Curso: Matemática Ano de Entrada na UBI: 1999 Livro preferido: "O Senhor dos Anéis – O Hobbit”, de J.R.R. Tolkien Filme preferido: “Os condenados de Shawshank" Hobbies: Jogar futebol; BTT; Correr; Snowboard |
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