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"Tenho procurado sempre a excelência"
Rafael Mangana · quarta, 6 de julho de 2016 · @@y8Xxv Começou por ingressar na UBI em Engenharia Aeronáutica, mas a paixão pelo 3D falou mais alto e acabou por mudar para Design Industrial, uma decisão que se viria a revelar acertada. Depois de terminar o curso, em 2008, Tiago Alves tem vindo sempre a trabalhar na área e é, hoje, designer do produto, numa empresa de vidro da Marinha Grande. |
Tiago Alves |
21967 visitas Urbi et Orbi – Como é que surgiu a opção por Design Industrial na UBI? Tiago Alves – Comecei por entrar em Engenharia Aeronáutica em 2002, essencialmente porque gostava muito de aviões. Mas um dos hobbies que eu tinha era modelação 3D e desenho à mão livre, e acabei por mudar de prioridades, passando do hobbie para aquilo que eu queria mesmo fazer na vida. Foi neste contexto que acabei por entrar em Design Industrial, naquela que foi a segunda turma do curso, em 2005.
U@O – Que memórias guarda dos tempos de universidade? TA – A minha experiência enquanto estudante foi a melhor experiência que tive até agora. O ambiente na UBI é espetacular e todo o ambiente que envolve a cidade da Covilhã é único. Inclusivamente, já recomendei a UBI a muitas pessoas, que também já tiraram os seus cursos e ficaram com a mesma impressão que eu.
U@O - Como foi o seu percurso desde que tirou o curso na UBI? TA – Saí da UBI em 2008 e posso dizer que foi a cadeira de “Design de Embalagem” que me levou ao trabalho que tenho agora. Eu, neste momento, desenho peças em vidro. Terminei o curso em julho de 2008 e em outubro desse ano consegui trabalho numa empresa em Torres Novas, onde desenhava módulos para museus científicos e onde estive três anos e meio. Acabei por ter uma oportunidade na Marinha Grande, na BA Vidro, onde estou até hoje. Sou designer do produto, eu é que crio muitas das peças. É sempre um desafio diário, quer ao nível da resolução de problemas, como na parte criativa. O que mais me fascina nesta área é este desafio permanente.
U@O - Podemos dizer, então, que esta é uma área com saídas profissionais? TA – Sim, mas ainda há muito trabalho a fazer e está a ser feito. Quem dirige os cursos é que tem que perceber se estão a tomar as decisões mais corretas ou não. Por exemplo, uma das coisas que me abriu portas, foi o facto do curso ter no currículo modelação 3D paramétrica, nomeadamente através do programa “Solid Works”, que é um software que usava na UBI e que nunca deixei de usar até hoje. É uma ferramenta que está a ser usada no mercado de trabalho pelas empresas e deve ser algo valorizado na universidade, porque tem uma aplicabilidade direta na vida profissional futura. Este é um exemplo de algo que também pode contribuir para que haja mais oportunidades para os profissionais que saem da universidade.
U@O - Sente que fez alguma coisa ao longo do seu percurso que possa ter sido determinante para ter trabalhado sempre na área e com sucesso? TA – Tenho procurado sempre a excelência. Tento sempre ser melhor que no dia anterior, procurando sempre alguma melhoria, por mais pequena que seja. Procuro-o constantemente e sempre assim fui desde que comecei a trabalhar. Aliás, foi esta característica que me abriu a porta desta empresa, porque eu entrei na BA Vidro para desempenhar um trabalho muito mais simples e por seis meses, mas ao final do segundo mês tinha terminado a tarefa que me tinham proposto para seis meses e fiquei na empresa. Portanto, sou perseverante no trabalho e tento ser sempre melhor.
U@O – Que conselho pode deixar a um estudante de Design Industrial da UBI para ter sucesso nesta área? TA – Para se ter sucesso nesta área é necessário sabermos o quão bom estamos a ser no nosso trabalho. Para se fazer isso temos sempre que procurar fazer um estudo comparativo com outros casos semelhantes e tentar ser sempre melhor ou, no mínimo, igual a outros que desempenharam bem tarefas do mesmo género. Isso é algo que tem que ser incutido logo de início desde o curso e não são os professores que têm essa responsabilidade, são os alunos. De resto, no processo de Bolonha procura-se sempre a autonomia do aluno e, nesse aspeto, deverá ser dada uma orientação ao aluno – e ele deverá procurar isso também -, no sentido de ver como se fazem as coisas noutros sítios, noutros países, e tentar atingir o mesmo nível.
U@O – No fundo, nunca devemos estar satisfeitos com o nível que atingimos? TA – Exatamente. Temos que estar atentos a todo o trabalho que se faz à nossa volta, tanto ao nível da própria forma do objeto, como da sua apresentação. Por muito bom que o projeto esteja, se não for bem apresentado, perde sempre o seu valor.
Perfil: Nome: Tiago Alves Naturalidade: Portimão Curso: Design Industrial Ano de Entrada na UBI: 2002 Livro preferido: “Os homens odeiam as mulheres”, de Stieg Larsson Filme preferido: “Pulp Fiction” Hobbies: Elaborar projetos de design do produto, fora do âmbito laboral e ouvir música |
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