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Aluna de Ciências da Cultura reinventa bordado de Castelo Branco
Carla Sousa · quarta, 29 de junho de 2016 · @@y8Xxv Liliana Pires, aluna finalista da Licenciatura em Ciências da Cultura da Universidade da Beira Interior (UBI), está a desenvolver novas formas de utilizar o bordado de Castelo Branco. A aposta passa por reaproveitar os motivos já existentes desta tradição albicastrense e usá-los em determinadas peças decorativas, dando-lhe assim um cunho de modernidade. |
Exemplo de bordado de Castelo Branco |
21992 visitas O desafio foi lançado no âmbito da unidade curricular de Programação e Organização de Eventos Culturais, a também bordadeira que já conhece a realidade do bordado de Castelo Branco desde os tempos de infância assume que resolveu “agarrar em alguma coisa que já é do meu interesse e no qual já tenho desenvolvido outros projetos e dar-lhe um impulso”. De acordo com a estudante da UBI o bordado de Castelo Branco “está um bocadinho desenquadrado em relação aos nossos dias, por vezes na forma como são aplicados os motivos e até na própria utilização que damos ao bordado”. Assim sendo, decidiu juntar os profissionais que trabalham nesta área e efetuar algumas propostas para o surgimento de uma nova estética para este elemento cultural. “Foi minha intenção neste projeto reunir um pouco as pessoas que trabalham em torno disto e dar algumas sugestões para as pessoas aproveitarem um pouco melhor alguns bordados que já têm em casa, dando-lhes uma outra visibilidade estética através de compor outras peças e aplicar os mesmos motivos noutras ideias na própria casa”, explica. Algumas das peças nas quais Liliana Pires reaproveita os motivos dos bordados já existentes é em quadros e noutros objetos decorativos, que vão desde o granito até à madeira, chegando mesmo a incluir artefactos de iluminação. Desta forma, a ubiana garante que esta atualização é “necessária” para salvaguardar aquilo que é tradicional. “As pessoas por vezes têm a ideia que no tradicional não se pode mexer, e por isso depois vai perdendo o enquadramento nos nossos dias, o que se pretende é tornar o bordado contemporâneo, atual e moderno dentro daquilo que é a tradição, que é a identidade dele, que tem a ver com a nossa história e com todas as especificidades da nossa região”, justifica. De resto, a aluna salienta que os conhecimentos que adquiriu em contexto académico lhe foram “essenciais” para poder transformar uma ideia num negócio, que aliás já conta com um website empresarial e já marca presença nas redes sociais. “As ferramentas que eu fui tendo não só nesta cadeira, mas ao longo de todo o curso permitiram-me descobrir o que é que de facto poderia ser considerado com valor e de que formas poderia ser trabalhado para poder chegar à pessoa que está em casa ou então até um novo nicho de mercado”, sublinha. Apesar de já ter celebrado parcerias com outras bordadeiras, artesãos e outros profissionais, a aluna confessa que para o futuro este “é um projeto muito grande só para uma pessoa, portanto gostava também que mais pessoas se aliassem e gostassem de tirar proveito e pudessem levar esta pequena empresa comigo para a frente”. |
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