Tudo começou em 1999. Manuel Rocha Armada e uns colegas decidiram juntar-se na universidade, quando ainda estavam em Inglaterra. Dessa reunião surgiu a ideia de “criar o que nós pensávamos ser uma associação, mas depois preferimos chamar uma Network para evitar problemas legais”, refere um dos fundadores deste projeto, Manuel Armada.

“Portuguese Finance Network” é o nome deste projeto, que já vai na sua nona edição. Desta vez, foi a Universidade da Beira Interior (UBI) a acolher este evento, que ocorreu entre os dias 22 e 24 de junho. A Faculdade de Ciências da Saúde recebeu investigadores na área das finanças, de vários pontos do mundo. Alemanha, Inglaterra, Noruega, Espanha, EUA e Austrália foram alguns dos países de origem de muitos dos investigadores presentes nesta conferência sobre a área de finanças.

Investimentos, gestão financeira, finanças internacionais e tópicos especiais foram as áreas em destaque nas várias sessões paralelas que ocorreram ao longo de dois dias. Foram vários os investigadores internacionais que vieram apresentar os seus trabalhos de investigação. Mas também estiveram presentes investigadores nacionais de várias universidades portuguesas. É o caso da própria UBI, a Universidade do Porto, do Minho, o ISEG (Instituto Superior de Economia e Gestão), da Universidade de Lisboa, o Instituto Politécnico de Bragança e muitas outras.

Segundo a principal responsável pela conferência, Zélia Serrasqueira, a realização do evento na UBI surgiu por convite do professor Manuel Rocha Armada. A professora do departamento de Gestão e Economia da UBI referiu que “o objetivo principal da conferência é reunir investigadores na área de finanças, a nível internacional. Portanto, nós abrimos esta conferência a nível global e o nosso interesse é sempre captar investigadores de todas as partes do mundo”.

Zélia Serrasqueiro acrescentou ainda que a ideia é “acolher investigadores que nos trazem novas perspetivas, oriundos de culturas diferentes porque, obviamente, isso também traz estudos a nível dos próprios países onde são realizados e isso traz-nos valor acrescentado em termos da investigação”.

“Diversificação geográfica em microfinanças”, “Os determinantes do investimento em capital de Trabalho: O efeito moderador da probabilidade de dificuldades financeiras” e “Competências gerais e específicas desenvolvidas no ensino Superior de Contabilidade”, foram alguns dos temas de trabalhos de investigação apresentados nas várias sessões.

Esta é uma conferência que tem ganho cada vez mais destaque e importância em Portugal, na área de finanças. Mário Raposo, vice-reitor da UBI, referiu ao Urbi et Orbi que esta iniciativa “atrai investigadores e professores de vários cantos do mundo e, portanto, é uma maneira também de nós divulgarmos a nossa universidade e mostramos aquilo que se faz aqui a nível desta área de conhecimento”.

Werner De Bondt foi o orador principal desta conferência. A viver nos Estados Unidos, este investigador belga falou sobre a “Saúde financeira – O que é que a educação pode atingir?”. “Escolhas pessoais financeiras” e “A abordagem comportamental: racionalidade limitada” foram alguns dos tópicos apresentados por Werner De Bondt.

Zélia Serrasqueiro fez um balanço positivo de toda a conferência: “Essencialmente atingimos o nosso objetivo, reunir bons investigadores que nos apresentaram ótimos trabalhos. De acordo com a tradição desta conferência temos um jornal, que é o “European Journal of Finance”, que tem uma publicação especial só para esta conferência e portanto todos os trabalhos aqui apresentados são canalizados e podem ser submetidos”, explicou a professora responsável.

A principal responsável pela conferência fez questão de realçar que o objetivo da conferência foi alcançado, tanto a nível científico como a nível da organização.

Esta conferência é realizada de dois em dois anos em universidades portuguesas e a sua primeira edição ocorreu na Universidade do Minho. A professora Zélia Serrasqueiro referiu que sem a ajuda dos colaboradores da conferência tudo isto não teria sido possível.