Jornal Online da UBI, da Região e do RestoDirectora: Anabela Gradim |
"Devemos querer sempre saber mais"
Rafael Mangana · quarta, 29 de junho de 2016 · @@y8Xxv Percebeu desde cedo que as Engenharias iriam fazer parte da sua vida. Filho de dois engenheiros têxteis, o gosto pela eletricidade e pela informática levou-o a optar por Engenharia Eletrotécnica, curso onde ingressa na UBI em 2001. Na Fitecom – uma empresa têxtil da região – desde 2003, Miguel Carvalho é um dos dois responsáveis pela área de tecnologias de informação da firma. É, ainda, o responsável pela parte da manutenção, sendo que toda a parte operacional da empresa passa pelas suas mãos. |
Miguel Carvalho |
21989 visitas Urbi et Orbi – Como é que surgiu o gosto por esta área e a opção por Engenharia Eletrotécnica na UBI? Miguel Carvalho – Os meus pais são formados na área da Engenharia, no caso, Têxtil, e eu sempre tive apetência para as áreas da Matemática ou Ciências. Já sabia que teria de seguir algo relacionado com Engenharia. No início estava entusiasmado para seguir a profissão dos meus pais, mas também tinha um gosto muito grande pela parte da eletricidade e da informática e acabei por enveredar por Engenharia Eletrotécnica. Acabei por ficar muito satisfeito com o curso e não me arrependo da decisão de maneira nenhuma.
U@O – Que memórias guarda dos tempos de universidade? MC – No meu ano entraram cerca de 10 alunos em Engenharia Eletrotécnica. E, então, como éramos muito poucos havia uma relação de proximidade muito boa uns com os outros e, ao mesmo tempo, também com os professores. Aquilo era uma pequena família e dávamo-nos todos muito bem e acabou por ser muito especial.
U@O - Como foi o seu percurso desde que tirou o curso na UBI? MC – Um dos motivos que me levou a tirar o curso na Covilhã e não ir para fora foi para me manter próximo das empresas do meu pai , nomeadamente, da Fitecom, uma empresa têxtil onde já colaborava nas férias no que fosse preciso. Logo a partir do meu segundo ano de curso, comecei a trabalhar em part-time na empresa, porque as aulas eram ou de manhã ou de tarde, e tinha tempo livre. Comecei por trabalhar na parte de informática, começando por ajudar nas tecnologias de informação, no software e hardware. Depois, fui agarrando nisso mais a sério. Quando já estava no meu último ano, a Fitecom abriu a secção de tinturaria, que tem muita tecnologia envolvida. Recebi muita formação nessa secção, ajudei na sua implementação e fiquei com uma grande ligação a essa secção, que passou mesmo a depender, em parte, do meu trabalho. No final do curso, decidi continuar a trabalhar na empresa, onde estou até hoje. Vou ainda colaborando numa outra empresa do meu pai de produção vinícola.
U@O - Houve, então, uma preocupação da sua parte em conciliar o curso com a operacionalização dos conhecimentos no terreno. MC – Sim. Eu tive muita sorte, porque desde o início do curso que tive a oportunidade de ter uma ligação à indústria, o que me ajudou imenso. A parte teórica é fundamental, mas este contacto é muito importante também. Agora, para além do que se aprende na universidade, devemos sempre pesquisar e querer aprender sempre mais e, se possível, estar sempre em contacto com o mundo cá fora.
U@O - Apesar de no seu caso, ter tido a facilidade de entrar na indústria por via familiar, sente que esta é uma área onde os profissionais podem vingar? MC – Primeiramente, quero dizer que nunca houve nenhuma obrigação em tirar o curso aqui ou em ingressar na empresa. O meu pai sempre me incentivou para eu ir estudar para fora e mesmo quando acabei o curso sempre me pôs à vontade para eu ir para outro sítio, mas eu é que quis sempre ficar por cá, por opção. Mas a área tem saídas profissionais, sem dúvida. Desde logo, entra muito pouca gente e penso mesmo, que há mais procura por parte de empresas, do que profissionais. Por exemplo, no meu ano, todos os meus colegas estavam empregados no espaço de um ou dois meses após acabarem o curso. Nunca nenhum esteve mal colocado e houve até alguns que trocaram de empresa com a maior das facilidades. Por isso, penso que é uma área onde não há assim tanta dificuldade em encontrar emprego. Agora, quanto mais nos diferenciarmos dos restantes, tanto melhor.
U@O - É seguindo esse raciocínio que recentemente voltou à UBI para frequentar um MBA? MC – Precisamente. Para além da ligação que tenho à empresa ao nível técnico, também tenho uma forte ligação à parte da administração. Nesse sentido, senti que havia alguma necessidade em complementar a minha formação e, em vez de estar a tirar um curso de Economia ou Gestão, decidi tirar um MBA, que é uma formação mais específica nestas áreas para pessoas que venham de outras áreas. Eu já andava com alguma vontade de fazer isso, mas infelizmente na Covilhã ainda não havia nada, a não ser algumas formações pós-laborais em horários incompatíveis com a minha atividade laboral. No ano passado abriu o primeiro MBA-UBI (Master in Business Administration), frequentei o curso e fiquei muito satisfeito. Tive o prazer de ingressar no primeiro ano e hoje sinto-me mais capacitado para desempenhar as minhas funções.
U@O – Que conselho pode deixar a um estudante de Engenharia Eletrotécnica da UBI para ter sucesso nesta área? MC – O que posso deixar como conselho é querer sempre saber mais, não se cingir àquilo que é ensinado na universidade. Nesta área, as pessoas devem fazer muita pesquisa, porque estão sempre a aparecer coisas novas. Por outro lado, se a pessoa tiver oportunidade, deve tentar fazer sempre um estágio de verão na indústria, que é sempre uma mais valia relativamente às outras pessoas que não fazem. Deve haver sempre uma preocupação em saber o que se passa fora da universidade.
Perfil: Nome: Miguel Carvalho Naturalidade: Covilhã Curso: Engenharia Eletrotécnica Ano de Entrada na UBI: 2001 Livro preferido: "Equador", de Miguel Sousa Tavares Filme preferido: "Karaté Kid" Hobbies: Apicultura e tecnologia |
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