“O sonho comanda a vida”,  assim Maria Teresa Granado iniciou a palestra dedicada à sua vida. Do sonho de conhecer outros países surgiu a oportunidade de realizar intervenções sociais e religiosas em diversos lugares do mundo. A missionária de 87 anos regressou à cidade natal em evento dedicado ao saber.

O ciclo de palestras está inserido no programa de atividades propostos pela Câmara da Covilhã para assinalar a presidência das Cidades do Iluminismo e têm como principal objetivo dar a conhecer covilhanenses de destaque a nível nacional e internacional. Maria Teresa Granado foi a segunda convidada de “Os rostos do conhecimento”.

A palestra teve como foco a vida e o  trabalho social desempenhado por Maria Granado. Antes da apresentação biográfica, a missionária que atualmente reside em Coimbra relembrou momentos da infância passada na Covilhã com os pais e os irmãos. Da Cidade Neve refere ter “recordações profundas” da infância “boa e alegre” que viveu.

Em Portugal, o trabalho desempenhado pela comendadora foi, sobretudo, no acolhimento de crianças e jovens. Entre as ações desenvolvidas noutros países, a oradora da palestra destacou o auxílio a refugiados, a humanização das cadeias e o apoio a bairros pobres. Para Maria Granado, a experiência obtida com outras culturas foi “importante” para o seu trabalho. “O contacto com os outros, que são diferentes de nós, sempre nos transmitem coisas novas que nos abrem horizontes”, ressaltou.

Há mais de 40 anos sem visitar a cidade onde nasceu, Maria Teresa afirmou ser “emocionante” regressar e que sentir-se “surpreendida” com o convite: “pensei que nunca mais cá viria”. Além das memórias, a missionária explicou que guarda da Covilhã o valor do trabalho.

Considerada por Jorge Torrão, vereador da Covilhã, como “embaixadora” da cidade, Maria Teresa Granado recebeu um diploma de reconhecimento pelo trabalho desenvolvido na área da assistência social. A iniciativa é vista como uma forma de distinguir “personalidades” que sejam “relevantes” para a cidade. Para o vereador as palestras são uma “ligação à história e uma projeção dessa história para a contemporaneidade e para o futuro”.

Os colóquios, realizados mensalmente,  tiveram início em maio e têm como previsão de término o mês de dezembro. Na próxima sessão, no dia 22 de julho, a Covilhã recebe a socióloga Margarida Maria Rosa Mesquita.