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Um olhar sobre as mudanças e o futuro do ambiente em Portugal
Sara Guterres · quarta, 22 de junho de 2016 · UBI Com o intuito de proceder a uma retrospetiva acerca dos 30 anos de integração de Portugal na União Europeia foi criado um ciclo de uma dezena de debates, que se irá realizar em dez cidades diferentes. Promovido pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros e pela Secretaria de Estado dos Assuntos Europeus, o ciclo prolongar-se-á durante mais cinco meses. |
Oradores em discussão no debate "Águas e Resíduos - Perspetivas de Futuro" |
21959 visitas “Águas e Resíduos - Perspetivas de Futuro” foi o nome escolhido para designar o debate, realizado no dia 17 de junho, que teve como palco o Bar Principal do Pólo I da Universidade da Beira Interior. O objetivo pretendido com a sessão foi incidir em assuntos ligados à evolução ambiental, a partir do momento em que Portugal se inseriu no âmbito da União Europeia. Com o desígnio “30 anos, 10 debates”, o ciclo surge da necessidade de avaliar não só todas as transformações que ocorreram em Portugal, ao longo das últimas três décadas, mas também como forma de analisar as perspetivas de futuro para o país. “Nós estamos a celebrar 30 anos de integração europeia e decidimos organizar uma dezena de debates, cada um deles com um tema específico e diferenciado. Escolhemos as áreas em que achámos que tinha havido um maior impacto das políticas europeias e resolvemos trazer esses assuntos a debate, nomeadamente em dez cidades diferentes”, referiu a secretária de Estado dos Assuntos Europeus e também responsável pela promoção do evento, Margarida Marques. Quanto à escolha da Covilhã para acolher este tema, a secretária explica que “a organização delineou, desde logo, que o ciclo deveria chegar a uma cidade do interior”. “O tema do debate era o ambiente e, como tal, achámos que era apropriado trazer esta discussão até à cidade da Covilhã”, explicou a responsável pela iniciativa. Acrescentou ainda que “se definiu que o evento iria ter lugar nas instalações da UBI, uma vez que também a academia covilhanense comemorou três décadas de existência este ano.” O ministro do ambiente, João Matos Fernandes, foi um dos oradores que marcou presença na sessão. Ao longo da sua intervenção fez questão de referir algumas das principais mudanças que ocorreram em Portugal a nível ambiental. “As transformações que ocorreram no país foram muitas, tanto ao nível das regras que nos permitem defender o nosso território e os nossos recursos hídricos, como também naquilo, que é mais evidente para o dia-a-dia das pessoas, que tem a ver com o esforço de infra-estruturação que foi feito”, referiu o ministro. A otimização e o melhoramento da água que consumimos foi uma das mudanças, que surgiu da inserção de Portugal na Europa, destacada pelo ministro do ambiente: “Anteriormente, menos de 50 por cento da água que bebíamos das nossas torneiras tinha qualidade para ser consumida. Hoje já não é assim...Nos dias atuais, 99 por cento da água que se bebe através das nossas torneiras é de excelente qualidade.” Para João Matos Fernandes, as grandes mudanças que ainda é preciso implementar “têm muito a ver com a gestão e sustentabilidade de sistemas”. “O grande esforço que foi feito registou-se ao nível de infra-estruturação. Esforço esse que, agora, é preciso ser completado com um esforço, repito, de gestão muito grande. Temos que ser cada vez mais eficientes a gerir os recursos em que investimos, porque se assim não for pode vir a assistir-se a uma degradação da própria qualidade ambiental”, explicou o ministro. Acrescentou ainda qual a sua opinião acerca do impacto que as políticas europeias têm na vida dos portugueses. Também Marisa Matias, na função de deputada ao Parlamento Europeu (GUE/NGL), marcou presença no debate sobre o ambiente. A eurodeputada frisou a ideia de que “Portugal, nos últimos anos, tem atravessado um processo de desrespeito por um bem público que é a água”. “Nós não podemos aceitar que cidadãos em Portugal, dependendo do sítio onde vivam, tenham que pagar mais ou menos pela água. Independentemente de eu acreditar que deve haver uma gestão de proximidade, até porque é um recurso em que a questão do acesso e do abastecimento é fundamental, não podemos permitir que haja cidadãos de primeira, segunda ou terceira categoria naquilo que é um bem comum”, salientou Marisa Matias. A eurodeputada referiu ainda quais foram as principais mudanças que ocorreram no país ao longo destes 30 anos, apontando vantagens e desvantagens que surgiram na consequência de determinadas medidas que foram implementadas em Portugal desde a sua inserção na Europa. “Política Marítima Integrada - Balanço e Desafios Futuros” é o nome do próximo debate do ciclo que terá lugar na Região Autónoma dos Açores, no mês de julho. Segundo informação revelada pela secretária de Estado dos Assuntos Europeus, “o encontro irá contar com a presença da ministra do mar, de um deputado europeu e de um deputado do parlamento nacional, bem como do presidente do governo regional.” |
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