Após terem interiorizado vários conceitos na disciplina de Empreendedorismo relacionados com a organização de uma empresa, com o estudo de mercado, de marketing, financeiro, entre outros aspetos, os pequenos empreendedores do quarto ano deram largas à sua imaginação e fizeram surgir variadas empresas, igualmente com produtos diferenciados. No decorrer da feira, nas suas “bancas de venda” apresentaram jogos que auxiliam os mais novos a aprenderem a história de Portugal, bolos de chocolate com menos calorias do que o habitual, bijutaria produzida através de recursos naturais, entre muitos outros projetos.  

De acordo com o diretor pedagógico do conservatório, com esta iniciativa pretende-se transmitir às crianças “uma panóplia de valores e capacidades que consideramos importantes, e que estão relacionados com o espírito empreendedor, nomeadamente criatividade, tomada de decisões, análise de contextos, resolução de problemas, algo que elas devem adquirir desde cedo, pois um dia mais tarde vão-se revelar fundamentais e poderão ser implementadas na sua relação familiar, na forma de estudar, de assistir a uma aula, de procurar emprego e na sua forma de ser feliz”.

Para além daquele, o apoio a instituições de solidariedade social é também um dos objetivos da Feira de Empreendedorismo, que desta forma está a “educar as pessoas para que através do seu trabalho ajudem os seus pares e esta é sem dúvida uma valência bastante importante”, considera o também professor de Empreendedorismo.

De resto, João Pinho admite que “é extremamente importante que as crianças sejam proactivas e organizadas, que percebam que as conquistas dão bastante trabalho, que estar sentado numa cadeira à espera que alguma coisa aconteça não nos leva a lado nenhum”. “Assim através de uma feira e depois de um ano de trabalho conseguem implementar um pequeno projeto que parece que tem pouco pormenor, mas tem um trabalho de fundo muito grande e que contribui bastante para a formação destas crianças”, acrescenta.

Neste sentido, destaca ainda que ao longo deste ano letivo os discentes que leciona mostraram-se “bastante motivados, aprenderam muito porque as matérias foram colocadas sob a forma de desafio, de jogo, de história e de música e eu acho que a educação tem que ser cada vez mais isso, uma forma diferente de abordar os conteúdos”.  

A estudante de quarto ano conta que a ideia de criar objetos de bijutaria através de recursos que proveem da Natureza resultou da constatação de que o género feminino utiliza acessórios demasiadamente caros e pesados. “As mulheres gastam muito dinheiro em produtos muito caros, e às vezes são um bocado feios, pesam muito, são feitos de ouro, e então eu pensei que se fizéssemos qualquer coisa que fosse mais barato e ao mesmo tempo que fosse bonito e natural se calhar as mulheres iam comprar também”, explica.

Inês Figueiró confidencia que a parte que mais gostou nesta experiência foi de “fazer o marketing e de falar com várias pessoas”. Com apenas 9 anos, reconhece que “é importante realizar estas atividades com esta idade para ter mais experiência e saber falar em público”. A disciplina de Empreendedorismo faz parte da oferta curricular do Conservatório de Música da Covilhã desde o ano de 2012.