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O recomeço de uma tradição perdida
Sara Guterres · quarta, 15 de junho de 2016 · Após dez anos de interrupção, as marchas populares da Covilhã voltaram e, desta vez, vieram para ficar. Uma tradição que, apesar das adversidades, voltou a fazer com que os covilhanenses saíssem à rua. |
![]() Marchas Populares 2016 - Covilhã |
22031 visitas Conhecido como o mês dos santos e das festas populares, junho ficou marcado pelo reavivar de uma tradição que esteve adormecida durante uma década. Entre entusiasmo e animação, as marchas populares da Covilhã percorreram alguns pontos da cidade, no passado dia 11 de junho. Este ano, o habitual regulamento, no qual constam algumas regras fundamentais a ser seguidas, foi colocado de lado pela organização. Elias Riscado, presidente do Grupo Desportivo da Mata, entidade responsável por preparar o evento, explicou que “na maioria das vezes é mais difícil recomeçar do que começar e, como tal, não fazia sentido impor regras aos participantes”. “Nós sentimos que devíamos meter as pessoas à vontade…este ano, estivemos abertos a tudo e deixámos as coletividades livres de normas rígidas”, salientou o membro da organização. Arcos, cor e adereços marcaram a noite do primeiro dia de marchas populares na cidade serrana. O percurso dos marchantes terminou no pelourinho, onde foram apresentadas músicas e coreografias preparadas previamente, ao longo de semanas, pelos participantes. Segundo Carlos Martins, vereador da autarquia covilhanense, “estas marchas representam não só convívio, mas também muito trabalho por parte dos membros de cada associação”. “É um trabalho voluntário. Homens e mulheres passam algumas semanas a trabalhar nisto…deixam o seu ambiente familiar para irem para as coletividades tratar de fatos e adereços necessários às marchas”, referiu. O vereador acrescentou ainda qual o papel da Câmara Municipal na concretização do evento. Neste recomeço participaram seis coletividades, todas elas pertencentes ao município da Covilhã. Apesar de grande parte das associações já ter participado em edições anteriores das marchas, houve algumas estreias. Foi o caso do Grupo Desportivo Águias do Canhoso que se lançou nesta iniciativa pela primeira vez. Mas nem só os graúdos fizeram parte da festa. Este ano, o que caraterizou as marchas foi a “diversidade de faixas etárias”. Leonor Martins, com apenas dois anos de idade, é exemplo disso, tendo sido a mascote do Grupo Educação e Recreio Campos Melo. A população covilhanense, que se viu privada desta festa durante alguns anos consecutivos, saiu à rua e viveu com entusiamo as marchas populares. José Domingues, residente na Covilhã, diz ver “as marchas como uma forma bastante importante de dar vivacidade não só à cidade, mas também às freguesias que dela fazem parte”. “Isto acaba por ser um ponto de encontro para o povo e uma forma de dar alegria à terra”, confessou. No papel de vereador da cultura da Câmara Municipal da Covilhã, Jorge Torrão referiu que “as marchas populares são uma forma de mobilizar o associativismo da cidade”. “Assistiu-se aqui a uma manifestação muito popular que trouxe à rua um conjunto numeroso de pessoas animadas e, acima de tudo, muito cientes das suas tradições”, acrescentou o vereador. Após este recomeço, a comunidade covilhanense será ainda presenteada com mais uma noite de marchas que se irá realizar no dia 25 de junho, no Complexo Desportivo da Covilhã, pelas 21h00. No papel de organizador do evento, Elias Riscado explica o porquê de a organização proporcionar aos covilhanenses um segundo dia de marchas populares. |
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