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Covilhã assinala centenário da morte de Plácido da Costa
Carla Sousa · quarta, 8 de junho de 2016 · No ano em que se assinala o centenário da morte de um dos grandes vultos da área das Ciências da Visão, António Plácido da Costa, o Município da Covilhã, em parceria com a Universidade da Beira Interior (UBI), Faculdade de Medicina do Porto e Museu Maximiano Lemos decidiu prestar homenagem ao médico oftalmologista nascido na Covilhã. Uma palestra, a inauguração de uma exposição biográfica e o descerramento de um memorial foram algumas das atividades que marcaram as comemorações que decorreram no dia 6 de junho. |
Descerramento da placa em homenagem a Plácido da Costa |
21977 visitas De acordo com o vereador da Câmara Municipal da Covilhã, “António Plácido da Costa foi e será sempre recordado pelos covilhanenses, a aposta na cultura tem sido uma das prioridades e nos últimos dois anos e meio de mandato temos homenageado muitos dos nossos antepassados, ou mesmo outros que não sendo da Covilhã dizem muito à cidade”. Carlos Martins acrescenta ainda que a efeméride “é uma forma de homenagearmos os nossos antepassados, mas também de reviver a história, portanto hoje é mais um momento importante para a cultura covilhanense porque vale a pena homenagear aqueles que fizeram bem à cidade e ao país”. Um dos oradores da palestra foi o docente da UBI, Pedro Monteiro, que explicou que Plácido da Costa foi o inventor de um instrumento designado de Disco de Plácido que viria a revolucionar o diagnóstico dos problemas oftalmológicos. “Com a sua brilhante mente académica, Plácido desenvolveu a ideia de utilizar um objeto regular com um conjunto de círculos concêntricos, mesmo no meio do instrumento podemos observar um orifício no qual Plácido inseriu uma lente que permitia uma observação aumentada do olho que estávamos a examinar”, explica o docente. Assim sendo, salienta que de uma forma engenhosa, o médico colocava o paciente junto a uma janela e seguidamente punha o “disco de Plácido ao pé da córnea do sujeito e observava como é que estes anéis se refletiam na córnea do indivíduo. Esta comporta-se como se fosse um espelho esférico, e numa córnea que seja muito curva a imagem dos círculos aparece mais pequena e compactada e numa córnea que for muito mais plana os anéis ficam um bocado maiores”. Por sua vez, se a pessoa padecesse de astigmatismo “em vez de termos círculos nós passávamos a ter elipses então assim chegávamos à conclusão que a córnea tinha esse problema, é simples mas é absolutamente brilhante”, considera. Grande parte da vida deste cientista foi passada na cidade do Porto onde também exerceu funções como docente na Escola Médico-Cirúrgica. Deste modo, a diretora do Museu de História de Medicina Maximiano Lemos da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, realça que o covilhanense também contribui para o aumento do conhecimento em áreas de investigação específicas. “Foi uma personalidade incontornável da história da Escola Médico-Cirúrgica, dotado de elevada inteligência, vastíssimos conhecimentos, avidez de saber e inconformismo perante a ciência do seu tempo.Foi o pioneiro dos estudos de Osteologia, Fisiologia e Oftalmologia nesta instituição. Possuía uma capacidade invulgar e singular de escutar os fenómenos biológicos e uma necessidade também invulgar de os registar e quantificar”, assume. De resto, Amélia Ferraz afirma que “na história das ciências em Portugal, das especialidades médicas que cultivou, das instituições de ensino médico nacionais, na literatura científica nacional e internacional, na arte e na toponímia das duas cidades que o acolheram o seu nome resiste ao passar do tempo porque o seu legado transcende os limites da sua existência”. A exposição biográfica, com entrada gratuita, está patente ao público até ao dia 6 de julho, na antiga Loja da Sofal, na rua Ruy Faleiro, e pode ser visitada de terça a domingo, das 10h às 18h. |
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