Considerado por muitos como um dos grandes talentos do mundo artístico do seu tempo, Luís Athouguia afirma que as obras expostas têm “um grande simbolismo e acabam por ter um caráter surrealista”. Através do recurso à Técnica de Pastel Seco sobre folha de algodão, o pintor destaca que aquelas “foram desenvolvidas a partir de um trabalho inicial baseado numa abstração absoluta, que ao longo dos anos foi ganhando formas e essas acabaram por prevalecer sobre a abstração”.

Para dar vida aos seus quadros menciona que o que lhe serve de inspiração é a “realidade que desenvolve em mim uma espécie de criatividade, através de uma ligação ao sonho”. Com a sua arte deseja que o visitante se possa identificar com os elementos que transpõe para a tela e que refletem um pouco da sua história pessoal. “Pretendo que o visitante descubra qualquer coisa nesta exposição e que se identifique de alguma forma com o que está nas pinturas, porque aqui está um registo da minha história e da minha vida”, admite. “Talvez quem possa ver as pinturas tenha uma perceção, através da sua própria sensibilidade e da sua imaginação, dos símbolos e da vivência que aqui propus”, acrescenta.

De resto, está não é a primeira vez que o artista originário de Cascais apresenta os seus trabalhos na cidade covilhanense pelo que se mostra satisfeito com este regresso. “Quando guardo boas memórias de um lugar gosto de voltar ao ponto de partida. Para além disso, gosto imenso deste espaço, do ambiente envolvente e da Covilhã. Tenho aqui boas recordações, por isso é com uma satisfação enorme e com uma grande alegria que regresso”.

Para além de Portugal, as suas obras também têm sido expostas em centenas de Exposições e Bienais de Arte em Espanha, França, Alemanha e Itália. Ao longo da sua carreira, o artista tem sido galardoado com vários prémios, tais como o Prémio Vespeira na Bienal do Montijo, em 1997, e o Prémio do Salão da Sociedade Nacional de Belas Artes, em 2011. A inauguração da exposição contou ainda com a presença do vereador da Cultura da Câmara Municipal da Covilhã, Jorge Torrão. A mesma pode ser visitada de terça a domingo, das 10h às 18h.