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"O mercado não procura pessoas 'normaizinhas'"
Rafael Mangana · quarta, 8 de junho de 2016 · @@y8Xxv Nascida em Oeiras, vem com três anos para a Covilhã, percebendo desde cedo que o seu futuro passaria sempre por algo relacionado com a comunicação direta com as pessoas. É com esta ideia que em 2002 Diana Albuquerque Abrantes ingressa na UBI, naquela que é a primeira geração de Marketing da universidade. Depois de passar por vários países, sempre dentro da sua área de formação, trabalha desde 2009 em Lisboa na empresa Netmais Consultores, onde é atualmente Digital Account Manager. |
Diana Albuquerque Abrantes |
22058 visitas Urbi et Orbi: Como decidiu entrar em Marketing na UBI? Diana Albuquerque Abrantes: Eu sempre soube que queria alguma coisa relacionada com a comunicação, mas não sabia inicialmente que seria Marketing, até porque é uma área que não tem muitos anos, até abriu o curso aqui quando eu entrei. Mas sempre soube que seria por aí, sempre pertenci aos grupos de teatro, apresentava os espetáculos e sempre tive à vontade. Como não havia na UBI quando eu comecei a pensar um bocadinho mais a sério em Marketing, sempre achei que ia para Lisboa, até porque nasci lá e tenho lá família. A minha mãe até me dizia, "tu aprende a fazer as coisas, que para o ano estás a viver sozinha". À última hora, como soube que ia abrir aqui, pus na primeira opção da candidatura Marketing na UBI e entrei. O curso ia arrancar, e apesar de inicialmente ser um pouco uma incógnita, candidatei-me.
U@O: Se ao início era uma incógnita, o que sentiu no final dos quatro anos de Licenciatura? DAA: Correspondeu totalmente às minhas expectativas. Acho que o facto de termos sido a primeira turma de Marketing foi muito bom, porque nos trouxe também uma proximidade muito grande com os professores e, no fundo, estávamos todos muito empenhados a construir algo. Passados quatro anos, o grupo que tínhamos era muito sólido, começámos e acabámos todos no mesmo ponto e havia ali uma grande cumplicidade. Por outro lado, também não havia núcleo do curso e eu fui membro fundadora, o que também foi bom. Naquela altura não havia ninguém e, ou nós dinamizávamos o curso ou não havia nada, o que também trouxe maior envolvimento por parte dos alunos.
U@O: Após o curso, o que se seguiu? DAA: Eu sempre tive o desejo de ir para fora, até pelo gosto pelas viagens e conhecer novas culturas. Sair da minha zona de conforto é o que eu mais adoro, eu não tenho aquela coisa da rotina. No primeiro em ano que houve Erasmus na UBI eu inscrevi-me logo, e quando saí da universidade tinha a certeza que queria sair para o estrangeiro. Na altura procurei os programas que havia e encontrei o InovContacto, que, para o que havia, era sem dúvida o melhor. Candidatei-me e, felizmente, fiquei, o que também não era muito provável, porque eu era das mais novas daquele grupo. Correu muito bem, foi uma ótima fase da minha vida, fui muito feliz, sentia-me realizada. Fui para o Parque Científico de Madrid, que tinha um departamento de Comunicação que fazia toda a comunicação do parque, e também se estava a construir um departamento de apoio às empresas que estavam a começar. Depois disso, fui para Dublin, onde fui completamente à aventura. Inscrevi-me num curso de inglês e fui. De lá comecei a enviar currículos e fiz um estágio no departamento de Marketing e Comunicação da Travel Department, um operador turístico irlandês. Regressei a Portugal em 2009 e comecei a trabalhar na Netmais Consultores, onde estou atualmente. Trata-se de uma empresa de consultoria de Marketing Digital às empresas, e o que faço é a gestão de algumas marcas e empresas nesta vertente do Marketing Digital.
U@O: Em que é que o facto de ter tirado o curso na UBI influenciou o seu percurso? DAA: Não sei se teve assim tanta influência, para o bem e para o mal. Aquilo que eu fiz em termos de percurso foi um gosto, foi muito pessoal. Agora, nunca senti nenhuma dificuldade por ter tirado o curso fora de Lisboa, por exemplo. Inclusivamente, eu fui fazendo cursos de curta duração nas férias, fui para Berlim ou para a China, tentei sempre valorizar o meu currículo. Conheci pessoas muito melhores que eu, mas continuariam a ser. Assim como, conheci pessoas muito piores e que vinham de universidades supostamente mais reputadas. Resumidamente, senti que a UBI me preparou para o mercado de trabalho e me deu bases importantes, sem qualquer dúvida.
U@O: Nesse sentido, que conselho daria a alguém que esteja hoje na UBI em Marketing, para fazer a diferença no mercado de trabalho? DAA: Acho que é importantíssimo as pessoas diferenciarem-se. Eu tenho uma imagem que costumo usar em apresentações, que é uma série de guarda-chuvas pretos e um amarelo lá no meio. Ou seja, tu até podes ser um guarda-chuva preto, correu tudo bem, és elegante, tiraste uma licenciatura "normalzinha" e até tiveste uma média razoável, mas isso não chega. O mercado não procura pessoas "normaizinhas". Não é pintares o cabelo de uma cor extravagante, mas tens que fazer qualquer coisa diferente. Ou meteres-te no voluntariado, ou pela vertente desportiva, tirares cursos extra, saberes uma língua diferente. Enfim, escolher qualquer coisa que te diferencie, porque as empresas recebem tantos currículos, que tem que haver algo que chame à atenção, tens que ser o tal guarda-chuva amarelo.
U@O: Podemos então dizer que, para quem não é igual a todos os outros, ainda vai havendo mercado? DAA: Sim. Independentemente do local onde se tira o curso, é importante a pessoa procurar esta diferenciação. Logo durante o curso, procurar o envolvimento com o núcleo e com as atividades da universidade, o que possibilita que a pessoa complemente a sua formação com outras atividades e demonstre dinamismo. Por exemplo, desde que a pessoa tenha hipótese, o ir de Erasmus para mim é fundamental, porque aquilo que se aprende quando se está fora, com outra cultura, é muito mais do que as competências técnicas, é muito mais do que aquilo que podes avaliar numa pessoa mal a conheces. Dá-te ferramentas muito importantes e que são muito valorizadas no mercado de trabalho. Mesmo a internacionalização é algo que hoje as empresas procuram muito. No meu caso, durante os últimos anos tenho usado as minhas férias para enriquecer o meu currículo no estrangeiro, com cursos de curta duração na minha área de formação. No fundo, é um complemento àquilo que faço e valoriza-me a parte curricular e também a nível pessoal. Eu até sou da área do Digital, mas não há nada como o convívio com as pessoas. Aprende-se muito com a interação com as pessoas, portanto, estes contextos culturais são muito importantes.
Perfil: Nome: Diana Albuquerque Abrantes Naturalidade: Oeiras Curso: Marketing Ano de Entrada na UBI: 2002 Livro preferido: "Trinta anos e três dias", livro dedicado a Diana da autoria de amigos e familiares. Filme preferido: "Gone Girl" Hobbies: Fotografia, viajar, ler. |
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