Através de várias explicações teóricas e de exercícios práticos, a intérprete lírica realça que tentou transmitir “um bocadinho do que está por detrás da produção vocal, toda a parte da teoria e da ciência que ajuda a tornar a prática vocal numa prática mais informada e mais eficiente, que dê menos cansaço e que permita concertos de melhor qualidade porque as pessoas começam a sentir que de facto a voz pode ser produzida de forma mais fácil”.

Para além disso, destaca que este instrumento de comunicação também tem “a força de expressar o que nós pensamos, mas não dizemos e as nossas emoções, portanto ao trabalhar a voz também estamos a trabalhar outras partes da comunicação que não necessitam do verbal, nomeadamente o não verbal”.

Apesar de se ter verificado uma evolução no conhecimento da ciência vocal, a investigadora considera que a voz ainda encerra vários segredos. “A voz hoje em dia continua a ter os seus segredos porque apesar da tecnologia e apesar da ciência vocal ainda há muita coisa que nós desconhecemos, portanto segredos da voz vão existir sempre até porque a voz muitas vezes expressa os nossos próprios segredos, como pessoas, como seres humanos providos de emoções, mas de facto a ciência vocal hoje em dia também já explica muita coisa”, admite.

De acordo com a direção do Coro do Orfeão da Covilhã, estes momentos culturais servem para “dinamizar o Orfeão da Covilhã e para comemorar os 90 anos que a organização faz este ano, portanto é uma das instituições, na área da música, mais antigas da cidade e estamos a viver a música, a divulgar a música e a cultura. Queremos que o Orfeão continue a ser aquela marca que tem sido de divulgação da cidade e da cultura no país e na Europa”.

Nestas sessões participam personalidades “que estão ligadas à Covilhã, à música, à cultura e que podem contribuir para o nosso enriquecimento pessoal, cultural, musical e para a divulgação da cultura na comunidade covilhanense porque são atividades abertas a todos”, sublinha. Para Graça Esgalhado o balanço destas iniciativas “é positivo, a sala estava cheia, havia gente jovem e eu acho que isso ajuda a fazer uma avaliação positiva destes momentos culturais que vamos continuar a promover”.

O primeiro Lá-Mi-Ré contou com a presença do médico Pereira Coelho, que é considerado o pioneiro da fertilização in vitro em Portugal e que possui uma forte ligação à cidade da Covilhã, onde viveu até aos 15 anos de idade.