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Aula aberta sobre "A dinâmica Ecológica da Perícia no Desporto" na UBI
Carla Sousa · quarta, 18 de maio de 2016 · @@y8Xxv Desconstruir a ideia de que a perícia desportiva é somente influenciada pelo treino foi um dos objetivos da aula aberta ministrada, no passado dia 12 de maio, na Universidade da Beira Interior (UBI), pelo docente da Universidade Nova de Lisboa, Duarte Araújo, subordinada ao tema sobre "A dinâmica Ecológica da Perícia no Desporto". A iniciativa insere-se no âmbito da unidade curricular de "Desenvolvimento do Talento e da Excelência no Desporto", do Mestrado em Ciências do Desporto. |
Duarte Araújo, durante a aula aberta |
22006 visitas Segundo o diretor do Laboratório de Perícia no Desporto (SPERTLAB) “a perícia desportiva é influenciada pelo treino, embora não seja apenas o treino, há mais aspetos ligados a isso, a consequência que isso possa ter para quem é profissional das Ciências do Desporto é aperceber-se que mais do que apenas uma única via para se ser excecional existem múltiplas vias sistematicamente em interação”. “Mais do que apenas se repetir um treino, o que tradicionalmente é feito, é interessante percebermos que o modo como nós recrutamos atletas tem muito pouca evidência científica, podemos ser muito mais diversificados e menos conservadores do que temos sido”, acrescenta. Neste sentido, Duarte Araújo defende que a perícia está dependente de múltiplos fatores. “A perícia depende das caraterísticas do indivíduo, da tarefa que está a desempenhar e as circunstâncias sociais dessa tarefa, por isso é que o mesmo indivíduo a fazer a mesma tarefa numa final ou num treino pode ter envolvimentos perfeitamente distintos, esses fatores devem ser entendidos por nós”, assegura. Outra das ideias afloradas pelo investigador é que o talento não é apenas determinado pela genética. “Uma grande tendência diz que o talento é apenas genético, mas a evidência científica para isso é nenhuma, portanto apenas olhamos para os Jogos Olímpicos e vemos a quantidade de atletas africanos que ganham as medalhas, quando se vai estudar esses atletas pelos melhores geneticistas do mundo não encontram padrões genéticos comuns a nenhuns deles, portanto a ideia de que o talento é genético é apenas uma impressão causada eventualmente pela cor da pele”, conta. Relativamente a estas parcerias entre instituições académicas salienta que são “inevitáveis temos que criar uma cultura de participação e de interação muito maior do que aquilo que temos neste momento, a ideia de que as universidades competem umas com as outras é má num país tão pequenino, nós temos muito mais que colaborar para podermos rentabilizar aquilo que de único cada universidade e região têm”, confessa. O docente responsável pela organização da iniciativa destaca que “é importante que os alunos conheçam outras perspetivas porque isso lhes permite desenvolver o sentido crítico sobre aquilo que leem, ouvem e estudam, o que vai permitir que os alunos tenham um desenvolvimento intelectual diferente e que com certeza lhe será útil não só para os seus estudos, mas também para a sua atividade profissional”. Tendo em conta que a sala foi pequena para acolher tantos interessados em participar na aula aberta, Aldo Costa revela que “os alunos valorizam muito esta nossa abertura à participação de outros docentes e tem mesmo que ser assim, eu acho que os alunos gostam muito”. “Isto também depois permite-nos a nós docentes fazer várias parcerias, até para alunos do nosso Departamento que queiram fazer trabalhos em conjunto com outros docentes fora da UBI”, remata. |
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