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"Sob o Signo da Espiritualidade" no Museu de Arte Sacra
Carla Sousa · quarta, 18 de maio de 2016 · "Sob o Signo da Espiritualidade" é o nome da exposição na qual a pintora Isabel Lhano realiza uma reinterpretação da iconografia cristã tradicional para a adaptar à realidade contemporânea. A inauguração decorreu no dia 12 de maio, no Museu de Arte Sacra, na Covilhã. |
Mostra está patente no Museu de Arte Sacra até dia 30 de junho |
21977 visitas Segundo a artista a sua obra tem “muito de espiritualidade porque um pintor quando se expressa está a mostrar o interior e eu que me preocupo com o que se passa à volta no mundo reflito nas telas esse meu sentimento que no fundo tem sempre a ver com a Humanidade, com o ser humano e a forma como ele habita neste planeta”. Desta forma, Isabel Lhano explica que a crise dos refugiados que se vive na atualidade também serviu como inspiração para o desenvolvimento de uma pintura com a designação de “Pietá”. “Há dois trabalhos que se chamam “Pietá”, e esta é uma coisa específica da iconografia, da pintura classicista e que tem a ver com o catolicismo e que representa a mãe com o filho nos braços. Eu coloquei exatamente as “Pietás” contemporâneas que são o que se passa neste momento no mundo, por exemplo a questão dos refugiados que são mães que perdem os filhos, a essência é a mesma, noutro contexto no mundo de hoje”, conta. “Por isso é que eu achei que era importante também colocar esses dois trabalhos, que não é arte sacra mas que podemos enquadrar de uma forma contemporânea na simbologia do que hoje se está a viver”, acrescenta. O “Sagrado Coração de Jesus” e o “Sagrado Coração de Maria” são outras das peças que integram esta exposição, que conta com um total de 8 quadros. A autora sublinha ainda que existem trabalhos que retratam a forma como “as pessoas estão a ficar muito desumanizadas, eles expressam a dor e o sofrimento das pessoas”. De resto, na inauguração desta exposição, o coordenador dos Museus da Covilhã, Carlos Madaleno, admite que Isabel Lhano “é uma artista que pinta motivos naturalistas, faz uma reinterpretação daquilo que é a iconografia tradicional, podemos ver por exemplo o “Sagrado Coração de Jesus” ou o “Sagrado Coração de Maria”, mas com pessoas humanas, que se podiam cruzar connosco na rua. Ou então vemos por exemplo na “Pietá” uma mulher síria que abraça o seu filho, acho que simbolismo maior para aquilo que se pretende transmitir dificilmente se poderia conseguir”. Por sua vez, o vereador da Cultura da Câmara Municipal da Covilhã, Jorge Torrão, destaca que é através da “arte e da cultura que nós nos harmonizamos e somos melhores seres humanos”. A inauguração contou ainda com a presença de alunos do Conservatório de Música da Covilhã, que protagonizaram um momento musical. A exposição de pintura está patente ao público até dia 30 de junho e pode ser visitada de terça a domingo, das 10 às 18 horas. |
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