A organização do evento ficou a cargo de quatro Núcleos de Estudantes, nomeadamente Núcleo de Engenharia Eletromecânica, Eletrotécnica, BioEngenharia e Design Industrial, que se inspiraram no concurso Pontes de Esparguete para idealizar uma competição não tão complexa como a primeira e que colocasse os mais jovens à prova, ao mesmo tempo que lhes é incutido o “fascínio” pela física e engenharia, de uma forma lúdica. “Nós tínhamos já ao longo dos anos uma excelente experiência com as Pontes de Esparguete, só que é um evento mais dedicado a pessoas com experiência, porque já requer muita perícia no manuseamento e na construção e o que nós pensámos foi que poderíamos arranjar um concurso em tudo semelhante mas que fosse mais adequado aos alunos do ensino secundário”, explica o membro organizador da iniciativa.

A partir desse momento, seguiu-se então uma incursão por alguns estabelecimentos de ensino com o intuito de divulgar a atividade, através de um workshop, com vista a preparar os estudantes para o momento da disputa. Assim, com o recurso a esparguete e a cola quente os grupos constituídos por três elementos tiveram a tarefa de “erguer uma torre o mais alta possível, num determinado espaço de tempo, sendo que o material é limitado e têm que se coordenar, aplicar conceitos que nós previamente já instruímos na visita que fizemos às escolas”, menciona João Lourenço. Neste sentido, numa primeira fase, as 13 equipas competiram na pré eliminatória, que teve a duração de 45 minutos, para assegurar um lugar na final. Com a duração de 90 minutos, foi disputada por sete equipas.

Depois de realizadas as respetivas medições, verificou-se que a vitória foi alcançada pelos “Three Builders”, do Agrupamento de Escolas do Fundão, que foram premiados com um drone para cada elemento da equipa e com um Kit de Física para a instituição onde estudam. Para um dos elementos da equipa, este resultado “foi merecido porque desenvolvemos um bom trabalho na construção”. Abílio Dias confessa que seguiram os ensinamentos “dos elementos da UBI que foram à nossa escola para nos explicarem como é que funcionava a estrutura. Nós fizemos uma base em triângulo, com bases à volta também em triângulo para fazer uma base sustentável e depois foi só subir uma estrutura em triângulo pela torre acima”.

Após esta vinda à UBI, o discente assume que sente uma motivação extra para no futuro ingressar num curso de Engenharia, precisamente na academia da Covilhã. “Em princípio irei escolher uma área da Engenharia e a Universidade da Beira Interior é uma forte opção. Ao vir aqui pude ver várias salas onde se lecionam os cursos, e ter uma noção mais clara do que iria fazer durante o período de estudos universitários”. Também Guilherme Gomes, outro membro da equipa vencedora, assume que a “parte da Engenharia Eletromecânica” lhe despertou um interesse especial. “Gostei muito da experiência, acho que foi muito agradável, sinto-me muito contente por ter vencido o concurso”, acrescenta.

Por sua vez, a docente que acompanhou os jovens até à UBI admite que “o professor acaba sempre por ficar orgulhoso, já que mais não seja por solidariedade para com os alunos porque eles ficam contentes. Mesmo os alunos que não ganharam gostaram imenso de terem participado e já todos se mostraram disponíveis para participar na próxima edição deste concurso”. Maria José Pires destaca ainda a importância desta ação para fomentar “o espírito de equipa não só entre os elementos de cada equipa, mas mesmo até entre os membros dos vários grupos”.

De acordo com João Lourenço, “para um primeiro evento foi muito bom, obviamente que ainda estamos aqui a limar algumas arestas. Ficámos impressionadíssimos com a atitude da malta mais nova, o espírito competitivo que eles têm. Para uma próxima edição de certeza que teremos mais gente ainda, com mais motivação e provavelmente teremos que limitar o número de alunos por escola”, adianta. A segunda classificada do concurso foi uma equipa proveniente da Escola Secundária de Seia, com uma torre de 3,37 m, a terceira classificada foi uma equipa da Escola Secundária Afonso Albuquerque da Guarda, com uma construção de 2,83 m.