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Portugal em tela
Ana Soares · quarta, 11 de maio de 2016 · @@y8Xxv Foi nos dias 27, 28 e 29 de abril que decorreram as IX Jornadas de Cinema em Português na Universidade da Beira Interior. O grande foco tem sido a discussão de cinematografias de territórios onde o português é língua oficial ou dominante. |
Imagem das IX Jornadas de Cinema. Fonte: http://cinemaportugues.ubi.pt/ |
22000 visitas De ano em ano, os cursos de licenciatura e mestrado em Cinema na UBI têm-se preocupado em refletir a história cinematográfica portuguesa e a sua estética. Na passada quinta feira, dia 28, o Auditório da Parada da UBI recebeu Nívea Faria de Souza, vinda da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, para apresentar “A construção da visualidade no audiovisual: o caso d’Os Maias”, uma das temáticas das jornadas. Nívea Souza é membro de um grupo brasileiro que estuda o cinema português e trouxe o caso d’Os Maias para apresentar nas nonas jornadas de cinema uma vez que está a trabalhar a comparação entre a peça literária de Eça de Queiroz e a adaptação audiovisual. A escolha deve-se ao sucesso da produção da peça, realizada por João Botelho, onde Nívea afirma ter a mesma referência do texto de Eça de Queiroz mas com diferentes escolhas estéticas, criativas e realistas. A profissional acrescenta que quis trazer aos alunos uma ideia de “desconstrução da direção de arte como uma transformação de linguagem”, explicando que as pessoas criam uma noção errónea de que as produções audiovisuais são o reflexo visual das obras literárias, no entanto, são “pontos de vista da leitura de um texto”. É o que acontece na adaptação audiovisual do caso d’Os Maias uma vez que, a produção desconstrói o livro, “conta uma história do ponto de vista do artista, como se se tratasse de uma tradução”, finaliza Nívea. “Cinema em Espanha” foi uma das novidades desta edição das jornadas de Cinema, introduzida com o intuito de haver uma troca de conhecimentos com outros parceiros ibero-americanos, declarou Paulo Cunha, professor de cinema. Este novo eixo temático suscitou a participação de investigadores estrageiros, também interessados em trabalhar questões cinematográficas entre Portugal, Espanha, Brasil e os países hispânicos da América. Segundo Paulo Cunha, a escolha dos temas é definida por uma comissão científica, que avalia as propostas pertinentes para serem debatidas, sobretudo entre os alunos visto que “precisam de contactar com outras realidades”. Acrescentou ainda que este ano tiveram a “felicidade de contar com dois convidados especiais”: Tiago Baptista, investigador na história do cinema português, e Maria do Carmo Piçarra, uma académica também com um trabalho sólido nestas áreas. A cada edição, o Departamento de Comunicação e Artes tenta trazer uma temática inovadora. Este ano foi apresentado, ao fim da tarde de quinta, um filme em antestreia nacional: “Arte Pública” de Michelle Sales, uma realizadora brasileira. Cláudia Moreira, aluna de mestrado em Cinema, acha que as questões debatidas são importantes para “transmitir mais visibilidade do cinema português no próprio país” ainda que, a questão da divulgação não tenha sido debatido com a devida importância, referiu a aluna. “As jornadas têm evoluído mas tem-se notado uma decrescente presença dos alunos”, concluiu Cláudia. Contrariamente aos anos anteriores, as Jornadas de Cinema passarão a realizar-se no segundo semestre do ano letivo para estimular uma maior participação e para garantir um conforto maior aos alunos de mestrado uma vez que, apresentam os trabalhos já desenvolvidos. |
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