No âmbito das comemorações do 1º de Maio, Dia do Trabalhador, uma data marcada pela morte de líderes sindicalistas assassinados há 130 anos atrás devido à luta por melhores condições de trabalho, a USCB organizou uma tertúlia, no seguimento da Feira do Livro de autores covilhanenses.

Este evento, que contou com a presença de autores naturais da Covilhã como Rogélia Proença, Fernando Paulouro, Teresa Duarte Reis, entre outros, teve como propósito discutir a importância da leitura e da música na sociedade, bem como demonstrar que o movimento sindical também está ligado à cultura.

“Quando pensamos no nome desta tertúlia pensamos nas letras e nas canções que estavam proibidas antes do 25 de abril e que se foram produzindo após o 25 de abril”, explicou Luís Garra, coordenador da USCB.

Este tipo de eventos é importante para que tenhamos presente que a ditadura existiu, e que todos estes direitos que hoje tomamos por garantidos, só existem porque houve quem resistisse, lutasse e morresse por eles, afirmou Luís Garra.

“ A canção é uma arma, permite acordar consciências”, declarou Fernando Paulouro no seu discurso, relembrando ainda a importância da música de Zeca Afonso, Fausto, e Adriano Correia de Oliveira, entre outros. Paulouro lembrou ainda que a música e as canções são tão importantes que o 25 de abril se construiu em torno de canções como a Grândola Vila Morena, de Zeca Afonso, e que “cantar não é suficiente mas ainda incomoda muita gente”.

A “Tertúlia das Letras e das Canções”, contou ainda com um momento musical de António Duarte e Vera Silva, com músicas como “Venham Mais Cinco” de Zeca Afonso, a leitura de vários poemas originais de poetas covilhanenses, e a atuação da banda Tantos e Mais 1, banda que toca, exclusivamente, música tradicional portuguesa.