"Estes encontros são importantes porque, apesar de hoje conseguirmos ver as pessoas através das redes sociais, vir aqui e rever os antigos alunos pessoalmente é muito melhor". Fernando Merino foi um dos cerca de 60 antigos alunos que participaram no passado dia 30 de abril, no segundo encontro do "Arco da Velha", iniciativa promovida pela AUBI. Aluno 1213 de Engenharia Têxtil, entrou no ano letivo de 1985/1986, em que o Instituto Universitário se transformou em Universidade da Beira Interior. "Na altura existia apenas um polo e basicamente a universidade há 30 anos estava circunscrita à parada, o bar era muito mais pequeno", conta. "Nem sequer se usava o termo faculdade, porque só havia um polo, hoje há várias", constata.

Célia Costa também entrou em Engenharia Têxtil, mas no ano letivo de 1989/1990. A aluna 2857 da UBI confidencia que o último sábado foi "como voltar a casa. Este bar foi um ícone da nossa carreira académica e vai ser sempre", garante. "Naquela altura éramos muito poucos e vivia-se um ambiente muito familiar, por isso foi fascinante encontrarmos as pessoas quase da mesma maneira que as deixámos há uma data de anos atrás", revela.

"A importância destes reencontros é as pessoas recordarem os seus tempos de estudante e manterem o contacto umas com as outras", considera a presidente da AUBI. Por outro lado, Alexandra Gomes Lopes vê nestas iniciativas "excelentes oportunidades de trabalho naqueles casos em que aparecem colegas que estão desempregados, porque por vezes há outros colegas que até precisam ou têm conhecimento de quem precise de pessoas para determinadas áreas". De resto, e abordando o "dia feliz" de aniversário da UBI, Alexandra Gomes Lopes diz-se "muito satisfeita por estarem presentes todos os reitores da história da Universidade da Beira Interior".

O primeiro foi Cândido Passos Morgado. Responsável máximo da instituição, que esteve no processo de conversão do Instituto Politécnico da Covilhã (IPC) para Instituto Universitário da Beira Interior (IUBI), em 1979, e depois na passagem de Instituto Universitário a Universidade, em 1986, tornando-se o primeiro reitor da UBI, cargo que ocupou até 1996. Observando "com enorme satisfação a grande evolução" da universidade, Passos Morgado revela que se "está a cumprir tudo aquilo que tinha sido planeado". O Reitor Emérito da UBI destaca a "contribuição do professor António Fidalgo (que foi vice-reitor de Passos Morgado) na concretização dos planos anteriormente concebidos. Hoje há mais alunos e, consequentemente, mais edifícios. Muitos deles já estavam projetados no meu tempo", revela. "Este é, de facto, um dia feliz, só gostava de ter menos 20 anos", confessa entre risos.

Manuel Santos Silva foi reitor da UBI entre 1996 e 2009. Presente no convívio dos antigos alunos, recorda o percurso da instituição, desde 1973, aquando da inauguração do então IPC por Veiga Simão, até à UBI. "A transformação em IUBI foi extremamente interessante, porque fomos avaliados seriamente, tivemos que demonstrar que tínhamos ensino de qualidade e fazíamos investigação, isto em 1979, e de IUBI a UBI foi novamente um percurso extremamente importante de afirmação e de qualidade e, por isso, passámos a universidade em 1986", conta. "Daí para cá foi a consolidação da UBI, e sinto-me muito feliz por estar a comemorar estes 30 anos como universidade", sublinha. Santos Silva lembra ainda que "a instituição surge num momento depressivo da Covilhã, com a industria têxtil em ruínas, e conseguiu dar a volta à cidade, sendo hoje um motor da região".

De 2009 a 2013 o cargo de reitor da UBI coube a João Queiroz. O atual diretor-geral do Ensino Superior considera que o dia 30 de abril "é muito importante e é um dia de confirmação e de consolidação de um projeto que foi crescendo e que ultimamente se tem consolidado pela qualidade e, portanto, eu acho que estamos todos de parabéns. Espero que o percurso continue da mesma forma como veio até aqui", refere.

O atual reitor da UBI, António Fidalgo, salienta as dificuldades com que a UBI se deparou ao longo da sua história, mas sublinha que a instituição foi sempre capaz de superar os vários obstáculos, muitos dos quais resultantes da sua localização no Interior. "O mais recente é a demografia, que nos é muito desfavorável, daí a forte aposta na internacionalização. Temos cerca de 8 por cento de estudantes estrangeiros, o que é bom, mas é preciso mais. No entanto continuaremos a insistir na atração dos melhores alunos portugueses e para isso contamos com os nossos alumni, que são a  prova da boa formação feita na UBI e por isso funcionam como nossos embaixadores". 

Presente no encontro esteve também o presidente da Câmara da Covilhã, que agradeceu, em nome da cidade, "a todos quantos construíram este projeto, que ainda está em curso. Todos eles deram o seu melhor e hoje é na universidade que procuramos aconselhamento, é nela que procuramos apoio e é nela que vemos um fator de desenvolvimento para a nossa região", frisa Vítor Pereira.

"Esta é uma universidade pujante, forte, muito internacionalizada, com grande prestígio e é um motor de desenvolvimento económico e social da nossa região. Não fora a existência da universidade e a região não era o que hoje é", considera o edil. De resto, Vítor Pereira lembra que a instituição "contribuiu também para mudar a face de vários edifícios da cidade que têm uma forte carga histórica industrial".