Pratica Canoagem desde 2008 e desde então os prémios têm-se sucedido. "No ano passado fui seis vezes campeão nacional em várias categorias, fui no ano anterior, no ano de 2014 e em 2013 também", refere com orgulho João Pedro Amorim. Mas o ponto alto foi vivido em Gyor, na Hungria, em setembro passado, ao alcançar o lugar mais elevado do pódio na maratona de Canoagem na categoria de juniores, numa prova onde participaram 15 atletas de 10 países diferentes.

"Foi muito bom e este ano já estou a fazer a transição dos juniores e é o meu primeiro ano na universidade", refere. "Podia neste momento estar no Centro de Alto Rendimento a estudar em Coimbra, mas optei por estudar aqui porque era aqui que tinha o curso que eu queria e optei por colocar em primeiro plano os estudos", explica João Pedro.

Apesar da Covilhã não lhe oferecer as condições ideais para treinar em ambiente natural, no rio, o aluno de Engenharia Aeronáutica assume o esforço extra. "Agora vou sempre a casa e treino ao fim de semana, mais propriamente, quinta, sexta, sábado e domingo. Estou a fazer mais uma adaptação, à universidade e ao escalão novo, e no verão vou treinar mais, quando a universidade terminar, vou voltar a treinar como treinava no ano passado porque já vou ter mais tempo e vou tentar qualificar-me para alguma prova", conta. "Vai ser um bocado difícil, mas para o ano vou tentar voltar ao nível que já estive", garante.

Ainda assim, lembra que "é normal os atletas descansarem assim, porque não posso fazer as épocas sempre muito intensas, que o corpo também não aguenta". Apesar da quebra de forma a seguir à vitória na Hungria, os primeiros lugares continuam a fazer parte da vida de João Pedro. 

"Está a correr bem porque já ganhei algumas medalhas agora em março, em embarcações de conjunto, com um colega meu, duas taças de Portugal. A Taça de Portugal de Fundo foi em Melres (Gondomar), e a Taça de Portugal Maratona foi em Darque (Viana do Castelo)".

Quanto ao facto de agora ter de conjugar a vida de estudante universitário com a competição, revela que a tarefa lhe tem sido facilitada pela própria UBI. "Na universidade têm-me ajudado com ginásio, que não pago, o que é bom, tenho conseguido poupar esse dinheiro por mês que é para as deslocações no fim de semana, porque eu não moro assim tão perto, faço esse sacrifício de ir lá todos os fins de semana para treinar", lembra.

"Por outro lado, também tive alguns professores que me facilitaram a escolher os turnos das cadeiras para eu conseguir não ter aulas à sexta, e assim saio daqui à quinta e consigo chegar a casa à quinta e treino no rio muitos mais dias, porque quanto mais se treina no rio melhor", explica o campeão do mundo de Gyor.