“Boys' Reading “ e “Aqua Narrabilis”, financiados pelo programa Erasmus + foram os primeiros dois projetos a serem expostos nesta formação acreditada, de curta duração, e que se destina principalmente a professores e a bibliotecários. O primeiro centra-se na ”leitura dos rapazes, entre os 11 e os 15 anos, e como motivá-los para a leitura, como fazer deles leitores ativos, que vão continuar a sê-lo pela vida fora. Tem-se a convicção, e alguns dados da investigação apontam para isso, os rapazes nestas idades não aderem muito à leitura e a ideia é de facto motivá-los para virem a ser leitores ativos”, explica a formadora.

Manuela Abrantes sustenta que esta motivação deve passar pela utilização de variadas estratégias, que devem ter em conta os seus gostos pessoais. “Temos que ir ao encontro daquilo que eles gostam de ler. Temos que lhes propiciar o contacto com livros de aventuras, de ficção, histórias que tenham a ver com problemas da vida real, portanto os tópicos de narrativa que eles gostam e encontrar estratégias dentro da sala de aula para os poder motivar a partir muitas vezes só da capa do livro, ou das cinco ou seis páginas iniciais”, defende.

Quanto ao segundo projeto tentam-se “desenvolver estratégias que potenciem desde o início da escolaridade o desenvolvimento das competências de leitura e de escrita utilizando o tema da água como elemento de motivação”, esclarece o formador.”Estamos a utilizar técnicas do desenvolvimento da competência narrativa que são recuperadas da tradição, nomeadamente o Kamishibai e o Story Book, que estavam de alguma forma perdidas e que nós estamos a tentar ver na prática que efeitos é que elas produzem em termos do avanço neste trabalho das competências narrativas”, acrescenta António Pais.

Segundo Margarida Morgado, coordenadora dos projetos da ESECB a “ideia é mostrar a quem está aqui que estes projetos existem, que estão a ser desenvolvidos, que podem ser utilizados por todos, porque os seus recursos são de acesso aberto e livre por toda a gente e criar com todos estes participantes uma rede educativa, em que vamos falando sobre as nossas experiências de aplicação destes novos recursos e destas novas técnicas, nos nossos próprios contextos”.

Esta iniciativa resultou de uma parceria entre a Rede de Bibliotecas Escolares, o Centro de Promoção da Leitura Serra da Estrela e o Centro de Formação da Associação de Escolas da Beira Interior, com o apoio da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da UBI e da Escola Superior de Educação de Castelo Branco. 

Neste sentido, a coordenadora do Centro de Promoção da Leitura Serra da Estrela, destaca a importância da cooperação entre várias entidades.”Estão a cooperar não só as redes de bibliotecas e neste caso escolares, mas também duas instituições do ensino superior. A UBI abriu as suas portas para que outra instituição do ensino superior da capital de distrito viesse até aqui, no seu âmbito de formação dar a informação que tem para que isto saia das portas da Escola Superior de Educação de Castelo Branco e venha também para a Covilhã”, reconhece Sílvia Melchior.

Por sua vez, o coordenador interconcelhio da Rede de Bibliotecas Escolares, Pedro Rafael, assume que  a instituição que representa “tem todo o interesse em ter parcerias com outras entidades , nomeadamente com as do ensino superior , que é este o caso, uma vez que promovem também formação e projetos de leitura e de literacia”.

A próxima sessão da formação que ocorre no dia 11 de maio, tem início marcado para as 16 horas e prolonga-se até às 18h30, sendo que serão descritos mais três projetos. Ainda no programa da ação está prevista, às 18h45 uma “Sessão Código ColorADD”, com Miguel Neiva.