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Futuros médicos formados na UBI recebem bata branca
Carla Sousa · quarta, 27 de abril de 2016 · @@y8Xxv Os 130 estudantes do terceiro ano do curso de Medicina da Universidade da Beira Interior (UBI) começam uma nova etapa na sua formação, transitando de uma fase mais teórica, para uma outra eminentemente prática e de contacto direto com o ambiente clínico. Este novo ciclo foi assinalado com a Cerimónia da Bata Branca, que decorreu no dia 22 de abril, na Faculdade de Ciências da Saúde (FCS). |
Cerimónia da bata branca Fonte: MedUBI |
21996 visitas O contacto com os doentes vai ser agora uma realidade mais evidente, pelo que os futuros médicos foram alertados pelos vários intervenientes na cerimónia para a importância da ética e do humanismo na profissão que escolheram exercer para a vida.“Ao entrarem nesta nova fase das vossas vidas, ao vestirem essas vossas batas brancas terão de assumir todo um compromisso com essa imensa dimensão humana da comunicação com o doente, nos seus aspetos psicológicos, éticos, antropológicos, sociológicos, entre outros. Terão de assumir que irão rir, chorar, ter esperança e desesperar interiormente no fluxo dessa comunicação”, salienta o presidente da Faculdade de Ciências da Saúde, Luís Taborda Barata. Esta mesma visão humanista foi exacerbada pelo diretor do curso de Medicina, que assume que a principal função de um médico “é olhar e cuidar das pessoas, é não tratar das doenças, mas tratar dos doentes e daquilo que eles sofrem, portanto a humanidade, na qual tanto apostamos, é uma base essencial da formação de um médico”. “Porque ao exercer Medicina nós temos o privilégio de poder conhecer a Humanidade, na maioria das suas facetas, nas boas, nas más, nas alegrias, nas tristezas e cada doente, cada diagnóstico, cada dia é sem dúvida uma viagem única”, acrescenta Miguel Castelo Branco. O reitor da Universidade da Beira Interior (UBI) admite que o “primeiro dever de qualquer médico é ter a melhor formação científica para exercer aquilo que vai fazer e nesse ponto é semelhante a todos os outros profissionais que a universidade forma". Neste sentido, António Fidalgo considera que é dever da instituição académica e dos docentes que diariamente lidam com os futuros médicos proporcionar uma aprendizagem de índole científica de excelência. “O que a universidade deve dar, a obrigação dos docentes desta casa, da formação que aqui se presta é para que os alunos de Medicina e os alunos de terceiro ano, que agora vão vestir a bata, que vão terminar o ciclo básico e que vão entrar no ciclo clínico tenham a melhor formação científica, tecnológica, que tenham as adequadas competências para trabalhar nos hospitais, no sistema de saúde e para prestar esse serviço tão importante à comunidade, que é ter uma população saudável”, refere. Aproveitando este ato simbólico, dirigiu-se aos estudantes e lançou-lhes o desafio de “nunca deixarem de aprender, estarem ao nível dos conhecimentos mais avançados da vossa área e serem sempre os melhores profissionais, os melhores profissionais é saberem do ofício. A universidade neste momento está a dar-vos as bases, quando saírem daqui nunca percam essa exigência e rigor de aprenderem todos os dias para prestarem o melhor serviço aos vossos doentes e à sociedade em geral”. O Bastonário da Ordem dos Médicos também esteve presente nesta cerimónia, onde reconhece que “é importante e ainda bem que isso acontece em tantos momentos no curso aqui na UBI falar-se de ética, de deontologia e do doente”. Para José Manuel Silva, a “obrigação” relativa ao compromisso ético aparece nos médicos “mais exacerbada pela sua profissão, já que lida com aquilo que de mais íntimo, mais importante as pessoas têm, que é a sua saúde e a sua vida e devem respeitá-las de uma forma muito particular”, aconselha. De resto, declara que a “confiança do doente no médico é a relação sagrada da medicina e é evidente que para isso nós temos que exigir que nos deem tempo para os nossos doentes”. No entanto, “cada vez nos dão menos tempo para os nossos doentes”, lamenta. Após todas as intervenções, a sessão culminou com o momento mais aguardado, a entrega das batas e o ato solene do compromisso de honra dos futuros profissionais de Medicina, que o fizeram perante um auditório que foi pequeno para acolher os amigos e familiares dos protagonistas do evento. Da iniciativa, que este ano teve como padrinhos Maria Rosário Pazos e Miguel Castelo Branco, fizeram ainda parte a visita guiada às instalações da FSC e um concerto solidário, protagonizado pela Orquestra Sinfónica da Escola Profissional de Artes da Covilhã (EPABI), sob a direção do maestro Rogério Peixinho, tendo como solistas Francisco Luís Vieira, Bruno Silva, Tiago Leal e Susana Janeiro. A receita angariada reverteu a favor da Liga Portuguesa Contra o Cancro. |
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