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"Nunca é tarde para se começar a estudar"
Rafael Mangana · quarta, 20 de abril de 2016 · @@y8Xxv O prazo para os alunos maiores de 23 anos se candidatarem à Universidade da Beira Interior (UBI) termina no próximo dia 2 de maio. Quando faltam menos de duas semanas para o fecho das inscrições, o presidente do júri dos exames de acesso ao ensino superior para maiores de 23 anos da UBI, considera que, independentemente das idades, o Ensino Superior representa sempre uma mais valia no mercado de trabalho. |
Este ano entraram na UBI 15 novos alunos pelo regime de maiores de 23 |
21984 visitas "Quem tem um curso superior arranja emprego mais facilmente e, por outro lado, tem um vencimento melhor que o indivíduo que não tem o curso, dados comprovados estatisticamente e referidos em diversas publicações nacionais e internacionais", revela José Pires Manso. O docente do departamento de Gestão e Economia da UBI e presidente do júri dos exames de acesso ao ensino superior para maiores de 23 anos da UBI considera, deste modo, que "nunca é tarde para se começar a estudar". Responsável por este regime de entrada na UBI há cerca de 20 anos, não tem dúvidas em afirmar de que se trata de "uma oportunidade excelente que deviam aproveitar todos aqueles que, com mais de 23 anos, não tiveram condições ou hipótese de entrar na altura considerada normal, porque abre efetivamente perspetivas", reitera. Relativamente à procura, Pires Manso defende que é cíclica. "Tem havido períodos em que há mais procura e períodos em que há menos procura", refere. De resto, quando a prova de cultura geral era feita a nível nacional "só uma pequeníssima parte é que conseguia passar e, portanto, aqueles que entravam representavam um número insignificante", considera o docente. "A partir de certa altura passaram a questão da gestão dos maiores de 23 para as universidades e para os politécnicos, e aí o que acontece é que as universidades e os politécnicos, pelo menos algumas, e nomeadamente as privadas, vieram a considerar reduzir um pouco o nível de exigências porque viram aí uma oportunidade de ir buscar alunos que lhes faltavam nos concursos nacionais de acesso", revela Pires Manso. No entanto, e referindo-se ao caso concreto da UBI, aquele responsável considera estar a ser feito um trabalho "bastante sério" na instituição. "São quatro provas praticamente, no mínimo três exames e mais uma avaliação curricular que mexe com muita gente, portanto, todos os diretores de curso estão envolvidos, bem como, os membros do júri", esclarece. Outro dos fatores apontados para esta variação, prende-se com o facto do número de vagas para maiores de 23 representar 5 por cento do número total de vagas de cada curso. Sócia-gerente no ramo da hotelaria, Irina Corono é aluna do segundo ano de Marketing, tendo sido uma dos 22 alunos a entrarem no ano passado neste regime de maiores de 23. Aos 34 anos, decidiu que estava na altura de recuperar o tempo perdido. "Já há algum tempo que eu sabia desta modalidade e sempre foi um objetivo, porque na altura, com 18 anos, não tive oportunidade de entrar na universidade", conta Irina. De resto, revela ter sido muito bem acolhida desde a primeira hora. "A partir do momento em que me predispus a fazer os exames, fui logo ajudada por alunos e professores, que me disponibilizaram apontamentos com a matéria". "Estando a estudar já há dois anos, hoje percebo que a ligação que se estabelece com os alunos mais jovens, desbloqueia muitos estereótipos que vamos criando ao longo do nosso percurso profissional". Hoje, com 35 anos, revela ter sido uma "escolha acertada" porque "ter um curso é muito bom, principalmente para quem está no mercado de trabalho e necessita de ver as competências atestadas, reforça as capacidades intelectuais, tenho aplicado na minha vida profissional o que vou aprendendo no curso e sinto-me mais habilitada a desempenhar as minhas funções", garante. João Pedro Lopes tem 24 anos e entrou este ano na UBI em Ciências do Desporto. Atual vice-campeão nacional de esqui alpino, vê nesta área de ensino a sua vocação. "Por isso é que me inscrevi, porque nunca é tarde para se fazer aquilo que se gosta", lembra. Foi um dos 15 alunos a entrarem neste regime no ano letivo de 2015/2016 e explica que quando tinha 18 anos acabou por ir trabalhar, por isso, esta nova oportunidade é "muito benéfica" nestes casos. Por outro lado, sente a tarefa "um pouco mais facilitada", o que considera "natural", uma vez que quem entra através deste regime tem algum tempo fora do ambiente escolar. "Por exemplo, no meu caso, como já não vinha com o "andamento" ao nível das matérias, esta forma de entrada acaba por ser melhor, porque há outras notas que contam para a entrada, como a entrevista; por outro lado, os exames também não são tão aprofundados como no regime normal, o que representa uma oportunidade para quem não tem esse hábito de estudo", refere. |
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