“A sexualidade começa no nascimento e só termina na morte”. Foi esta a ideia principal que Rita Rosa e Manuel Maia, estudantes de Medicina da Universidade da Beira Interior, tentaram transmitir na sua palestra.
Manuel Maia, integrante do projecto “Antes que te Queimes”, foi quem deu início à conferência, alertando para os perigos do álcool e desmistificando a ideia de que o álcool ajuda nas relações sexuais, sendo que na mulher afeta a lubrificação e nos homens a ereção. O orador passou ainda uma tabela com as diferentes percentagens de teor alcoólico em diferentes bebidas, como vinho, aguardente, entre outras, e explicou que o nosso corpo perde só cerca de 0,1% de álcool por hora, afirmando porém que um copo de vinho ao almoço tem um efeito positivo pois promove a dilatação dos vasos sanguíneos e ajuda a prevenir tromboses.

“É muito importante acabar com os preconceitos que afetam a sexualidade na terceira idade”, “ deve-se acabar com a ideia de que ‘isso já não é para a minha idade’”, defendeu Rita Rosa. A estudante alertou ainda para os perigos da inexistência de uma vida sexual activa e aconselhou a que se consulte o médico em caso de dúvidas. Rita Rosa deu o exemplo de uma mulher que foi fazer uma simples citologia cervical e a médica não o conseguiu realizar, pois a vagina tinha “colado”, uma vez que a senhora já não tinha relações há muito tempo.

Rita Rosa deu a definição de sexualidade segundo a Organização Mundial de Saúde: “Sexualidade é uma energia que nos motiva para encontrar amor, contacto, ternura e intimidade; ela integra-se no modo como nos sentimos, movemos, tocamos e somos tocados, é ser-se sensual e ao mesmo tempo ser-se sexual”, explicando que a sexualidade não é só sexo e que passa também pelas carícias, pela forma de nos exprimirmos, abraços, beijos, etc.
“Vamos perder o pudor de que não nos podemos tocar ou olhar”, defendeu. Deve-se aceitar o corpo e as respectivas alterações pois não há nada na medicina que diga que não se pode ter relações a partir dos 65 anos.
Uma solução para ultrapassar as barreiras da idade é o viagra, porém este não é uma resposta  para todas as pessoas. Tomado em excesso o viagra pode causar dores cabeça, desmaio, hipertensão, perda de audição, palpitações e uma ereção demasiado prolongada, comprometendo a irrigação sanguínea. Sendo assim a dose máxima é de 100 mg, uma vez por dia.

Entre os 45 e os 55 surgem grandes alterações na mulher, nomeadamente, a menopausa. Uma mulher só entra na menopausa quando está um ano sem menstruar. Se ao décimo primeiro mês acontece, então não está na menopausa. Os principais sinais da menopausa passam pelas alterações de humor, afrontamentos, coceira, inchaço, sonolência e suores.

Com o envelhecimento também os homens passam por algumas alterações, como o aumento da próstata.

A próstata pode causar sintomas por três motivos, pode ser hiperplasia benigna, que é um crescimento natural da próstata, cancro, ou a prostatite, que é uma infeção. É aconselhável que os homens consultem um urologista com alguma frequência para a realização de rastreios à próstata.
Um homem com próstata aumentada comprime a bexiga e a uretra, o que faz com que tenha que ir muitas vezes à casa de banho, provoca um fluxo urinário fraco, e aumento da frequência de urinar à noite.

“O MedUbi organiza palestras mensais sobre os sistemas corporais e chegamos à conclusão que era importante falar sobre o sistema reprodutor porque, apesar da idade, são pessoas que também têm desejos e que merecem ter uma vida sexual ativa e segura e quebrar os tabus”, afirma Rita Rosa.

“Este tipo de iniciativas combate a solidão”, segundo Margarida Ribeiro, coordenadora técnica do centro de actividades. “No centro de actividades todos os dias têm um tema diferente: a segunda-feira é dedicada à música, a terça-feira é dedicada ao desporto, quarta-feira é o dia do baile, quinta-feira é o dia cultural onde costumam existir este tipo de palestras, e sextas-feiras é o dia da dança onde temos danças latinas, africanas entre outras”.