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A arte é questionada com o presente
Vera Alves · quarta, 20 de abril de 2016 · “Dez obras para uma história da arte ocidental” é o título da conferência que a docente da UBI, Catarina Moura, proferiu no dia 13 de abril, na Biblioteca Municipal da Covilhã. |
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O evento integra-se no Projeto Dez, desenvolvido pela Licenciatura em Ciências da Cultura da UBI, em associação com a Câmara da Covilhã, parceira do curso. Em espaço municipal, e por proposta do curso, “a ideia é ter uma série de palestras, “talks”, conversas temáticas”, no chamado “Encontros na Biblioteca”, espaço dedicado a momentos culturais, pretendendo combater a iliteracia, promover a excelência cultural, a reflexão e o diálogo construtivo, numa tertúlia do saber onde o saber mais é o objectivo”. Num público habituado e que nos habitua, para Catarina Moura é no fundo, “ir buscar várias temáticas em que o ponto de partida de cada uma é a seleção de dez obras da história de algumas das áreas que as conferências irão abordar: arte, filosofia, cinema, entre outras”. No caso da conferência sobre Arte Ocidental “apresentei uma lista proposta por mim, mas como qualquer lista, é incompleta, porque são só dez, e além disso, pessoal. Implica uma seleção que significa ao mesmo tempo descartar. As obras que eu escolhi para esta apresentação, não são as que considero mais importantes da arte ocidental, mas porque me permitiram contar uma estória. O grande objetivo é contar uma história do que aconteceu à arte e ao conceito de arte na história ocidental, contada a partir do presente, olhando para aquilo que a arte é hoje e perceber o que foi acontecendo e como é que chegámos aqui”. A primeira obra apresentada é o “Pavão” de Francis Alys, um pavão vivo, em que o desafio é o de perceber como é que um pavão vivo pode ser apontado como obra de arte “porque não sendo feito pelo artista, o que estava ali era um conceito, numa obra intitulada de ‘O Embaixador’ de tudo o que se pode associar a um pavão”, remata a oradora. A reflexão sobre a evolução do conceito de arte permite ver que “passámos de uma história ligada aos objetos e à sua ‘fisicalidade’, que está nos museus e que se pode vender, para chegarmos ao século XX e vermos que o mais importante são os conceitos. O artista já não é quem faz a obra, o que ele cria é um conceito. ‘O Urinol’ de Marcel Duchamp, que ele compra já feito numa fábrica e que transforma numa fonte, é um exemplo da importância do conceito que agora se associa à arte”. “E quanto mais avançamos no século, percebemos que o que a arte propõe agora são experiências. E a pergunta passa a ser como expormos uma experiência? Também a arte mudou muito.” A arte é questionada com o presente e a dificuldade de aceitação de muitas obras contemporâneas, em que o teor intelectual joga muito favor. A próxima apresentação é em maio, tendo por tema o Cinema, a cargo de Luís Nogueira, que irá defender 10 filmes para uma história do cinema. |
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