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Cerca de 950 crianças da região entram no "Hospital do Faz de Conta"
Carla Sousa · quarta, 20 de abril de 2016 · UBI Ao longo de uma semana, de 13 a 19 de abril, a Faculdade de Ciências da Saúde (FCS) da UBI, recebeu a visita de cerca de 950 crianças, dos 3 aos 7 anos de idade, provenientes de 60 escolas da região, para participarem na nona edição do "Hospital do Faz de Conta". O objetivo da iniciativa, promovida pelo MedUBI (Núcleo de Estudantes de Medicina da UBI), passa por desmistificar o medo da "bata branca" que existe nos mais novos, bem como mostrar- lhes o funcionamento de uma unidade de saúde hospitalar. |
"Hospital do Faz de Conta" recebeu crianças de 60 escolas da região |
21973 visitas "As crianças, muitas vezes, têm medo de ir ao hospital, têm medo da bata branca em si. Então nós tentamos desmistificar um pouco a bata branca, fazendo várias atividades com elas para que percam o medo. Mostramos que é um ambiente informal e que elas se podem sentir completamente à vontade nas idas ao médico", explica Francisca Morais, da Comissão Organizadora do evento. Desta forma, as crianças são convidadas a fazer o papel de progenitor do seu boneco, que levam ao hospital para lhes ser aplicado o tratamento médico. Neste espaço, passam por várias secções existentes nas instalações hospitalares, como a sala de espera, o consultório, o bloco operatório, a farmácia, a sala de imagiologia, a sala de tratamentos, entre outros. Numa componente lúdica, têm ainda a possibilidade de participar nos tratamentos, auxiliando na colocação de pensos e de ligaduras, administração de injeções e em muitas outras atividades. A sensibilização para a necessidade de hábitos de vida saudáveis, através da realização de um teatro, foi também um aspeto que se pretendeu transmitir. "Com o teatro tentamos incutir às crianças a prática de hábitos saudáveis, principalmente a alimentação saudável, a prática regular de exercício físico e entre muitas outras coisas. Também nos consultórios tentamos sempre incutir o melhor que podemos sobre esta temática da educação para a saúde", conta a coordenadora do "Hospital do Faz de Conta". "Tentamos que não seja muito teórico, que seja o mais informal possível, que é para as crianças também nos prestarem atenção e aos poucos irem interiorizando aquilo que queremos transmitir", acrescenta. Ao todo, a atividade mobilizou 200 voluntários, das áreas de Medicina, Ciências Farmacêuticas e Ciências Biomédicas, que já desde novembro do ano passado apoiam a comissão na organização. Rita Magalhães, é uma dessas colaboradoras e reconhece a importância que esta pequena introdução à prática significa para o seu futuro profissional. "É um desafio muito grande e nós acabamos por aprender sempre imenso. Há dois grupos que são muito diferentes de comunicar, que são os idosos e as crianças, temos que ter um certo cuidado, um jeito especial para falar com eles. É um grande desafio tentar adaptar aquilo nós sabemos para fazer com que tudo dê resultado", admite. O Abrigo dos Pequeninos Nossa Senhora da Conceição, foi uma das instituições escolares a participar nesta ação e já o faz desde as primeiras edições. A educadora de infância salienta que "as crianças sentem uma motivação muito grande, adoram vir cá. O objetivo é também eliminar aqueles medos que eles têm de vir ao hospital e motivá-los de forma a acharem que o hospital também é um sítio divertido". Lúcia Rodrigues revela que os mais pequenos "interagiram de forma muito positiva, eles não costumam ser tão participativos. Correu lindamente, para já éramos a única escola agora à tarde o que facilita muito mais o brincar deles e a interação, até para nós é mais fácil de controlar". Para a pequena Mariana, aluna de primeiro ano, o que lhe despertou maior interesse foi "o teatro, onde aprendi que devemos comer sempre fruta e temos que ter cuidado com as batatas fritas". Mariana Pinho assegura que "nem se importa de ir ao hospital", o que lhe causa maior transtorno é mesmo "o medo de levar vacinas". A iniciativa inspira-se no projeto original da European Medical Students Association (EMSA), que tem vindo a ser replicado pelas diversas associações de estudantes de medicina existentes por todo o país. |
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