“Nós neste novo mandato decidimos ter, todos os meses, uma conferência. A entrada é gratuita a todos os alunos, o núcleo cobre as despesas de deslocação dos conferencistas para ver se a Arquitetura que se faz lá fora chega mais rapidamente aos alunos, porque isso é importante”, conta a presidente do NAUBI.

A implementação deste projeto teve início em fevereiro, e desde então tem suscitado o interesse dos estudantes. “Esta já é a terceira conferência que existe e tem tido cada vez muito mais adesão por parte dos alunos. Temos tentado trazer temas diferentes para haver uma maior abrangência e os alunos têm aderido e têm gostado”, admite Verónica Francisco. Por isso, “é continuar a apostar sempre em novas ideias e em novos projetos”, acrescenta.  

 A intervenção de Federico Cerro, atual docente da Universidade de Valladolid, nesta ação significa um regresso à UBI onde lecionou durante oito anos. O também arquiteto apresentou o projeto intitulado “Arquitetura Minúscula”, que tem desenvolvido desde 2011, em colaboração com uma outra sócia, María Cáceres, e que se destina à divulgação e experimentação da Arquitetura, junto de crianças e jovens.  “Tentamos criar um vínculo entre a temática da Arquitetura, a cidade e as crianças, tudo isto através de jogos didáticos”, explica. Para além disso, alerta para o facto de que “não se pretende formar pequenos arquitetos, o que pretendemos é formar ou gerar capacidade crítica, de observação, de experimentação e de surpresa também nos mais pequenos”.

Federico Cerro aplaude esta atividade levada a cabo pelo núcleo e recorda que aquele sempre esteve empenhado em proporcionar à comunidade académica experiências enriquecedoras, provenientes de agentes externos à UBI. “Já na altura em que eu estava cá o núcleo estava sempre a fazer propostas, a olhar também para o exterior, para outros países e para profissionais de fora. Trazer toda esta experiência para mostrar na UBI é necessário, pois permite um enriquecimento através de coisas que acontecem fora da universidade, não se pode olhar só para dentro”, salienta.

Com um atelier de pequena dimensão, que já existe há oito anos, Enrique Jerez e Koldo Gaztelu explicaram à audiência como é “possível um atelier pequeno sobreviver e tentar fazer as coisas medianamente bem, numa situação de crise económica, que afetou muito diretamente a construção e a Arquitetura”. O arquiteto Jerez aponta o trabalho árduo e o relacionamento com as pessoas como os aspetos que estão na base desta sobrevivência.

“Eu acho que a chave é trabalhar muito, fazer as coisas que se gosta e crer nelas. A profissão de arquiteto é muito vocacional, pelo que há esforços que não faríamos se não gostássemos. É preciso não desesperar, ser muito constante. Não é tão importante fazer o projeto em si, mas também a relação com as pessoas, com o cliente”. 

De acordo com o também docente, “a arquitetura espanhola e portuguesa têm muito prestígio a nível internacional, por isso é importante que haja relação entre nós, que no fundo somos como países irmãos. É também importante que possamos conhecer outras universidades, e assim ver o que se pode melhorar”.

Estas conferências decorrem todos os meses, não necessitam de inscrição prévia e dirigem-se a qualquer público com interesse em temáticas relacionadas com a Arquitetura.