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UBI promove conferências sobre terrorismo
Carla Sousa · quarta, 13 de abril de 2016 · @@y8Xxv A Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH) da Universidade da Beira Interior (UBI) e o Instituto de Defesa Nacional (IDN) organizaram, no passado dia 7 de abril, um conjunto de três conferências dedicadas à temática sobre o terrorismo. A iniciativa resulta de uma parceria que já deu origem à realização de três eventos em conjunto. |
Nuno Lemos Pires durante a conferência |
22002 visitas De acordo com a docente da UBI, Liliana Ferreira, “quando nós abrimos a universidade a outro tipo de atores institucionais, ou não institucionais estamos a possibilitar aos alunos ter uma visão compreensiva dos problemas, que efetivamente afetam o sistema internacional e o mundo das Relações Internacionais”. Paulo Geada, assessor da direção do IDN, frisa que a instituição a que pertence “tem todo o interesse em divulgar ou estimular estas áreas, das relações internacionais, da segurança, da defesa e paz e educação para a cidadania com as universidades , que são a área académica, que poderão contribuir para o esclarecimento ou para o desenvolvimento das mesmas, por isso temos que dar-lhe todo o nosso conhecimento para estimular essa área, neste caso das relações internacionais e da sociologia”. O coronel de Cavalaria acrescenta ainda que o instituto tem estado apostado “em propor o diálogo direto e plural, ou seja transversal, não interessa uma opinião focada , interessa que exista transversalidade para estimular esta forma de pensar, a discutir ideias é que se criam muitas vezes soluções”. Com a comunicação intitulada de “Políticas e Estratégias de Combate ao Terrorismo Transnacional”, Nuno Lemos Pires, assessor do IDN, defende que existe a necessidade de “falar para as pessoas olharem para a floresta e não para a árvore, não verem o problema imediato, não ficarem assustadas porque houve aquele ataque em Bruxelas ou em Paris, mas verem as origens”. “Olharem para o problema milenar , olharem para aquilo que cria condições adversas , nomeadamente, as situações de pobreza extrema, desigualdades, faltas de vida em muitas zonas do planeta, é muito mais importante olharmos para o resto do planeta e ver o que se passa do que olhar para dentro de casa e proteger apenas a porta da nossa casa”, explica. Para o docente da Academia Militar, o combate ao terrorismo passa pela existência de uma “segurança cooperativa”, uma vez que “já não existe aquilo que é a segurança nacional”. “Nós, Portugal, por exemplo pertencemos a alianças defensivas, à NATO, à União Europeia. A fronteira da nossa segurança é a fronteira dos nossos interesses e onde estiver um problema nós temos que cooperar, de acordo com a nossa dimensão, com a nossa quota-parte, de acordo com aquilo que podemos fazer. Estratégias puramente nacionais, ou egoístas, obviamente que não são essas as estratégias desejáveis”, conta. O docente da UBI, Daniel Pinéu, também participou na ação com uma apresentação subordinada ao tema “O terrorismo é (também) um problema português”, e sustenta que “estamos coletivamente a dar demasiada importância ao terrorismo, e sobretudo damos mais importância a um tipo de terrorismo do que a outro. Basta ver que nenhuma das perguntas e todas as intervenções foram no sentido de falar quase exclusivamente do terrorismo de matriz islâmica da última década.” Esta forma de abordar esta temática pode originar “valências políticas graves, porque isso pode levar a uma certa erosão do processo democrático, da legalidade democrática, que é a base da forma como nós vivemos. Se formos prestar atenção ao terrorismo temos que fazê-lo em contexto, não é a ameaça mais importante, há outras ameaças que estão a montante do terrorismo e que afetam mais pessoas”, afirma. A iniciativa teve também a participação de Ana Teresa Fernandes, estudante de Mestrado em Relações Internacionais da UBI, que abordou o tema sobre a “Problemática da Definição de Terrorismo”. |
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