De acordo com o diretor do estabelecimento de ensino, esta iniciativa “permite que os nossos alunos conheçam a arte, a cultura e é uma forma também de interagir com a realidade e com o meio envolvente. Aumenta os seus conhecimentos, a interação e a capacidade de ver o mundo de uma forma diferente”. Para além disso, João Paulo Mineiro acredita que esta é uma forma de enriquecimento curricular dos jovens. “Também os enriquece uma vez que estão no seu processo de desenvolvimento, de formação e acrescenta, penso eu, sempre algo mais à sua formação, estamos aqui a falar de jovens com doze, treze e dezoito anos, o que também tenho a certeza vai contribuir para que a sua formação seja mais enriquecida”.

Ao longo das duas sessões que dinamizaram, Carlos Madaleno e a sua equipa constituída por Leontina Cunha, Regina Alexandra e Sandra Ferreira demonstraram as várias fases que são praticadas no exercício da Museologia, nomeadamente a investigação, a conservação e a exposição. Neste âmbito, o responsável pelos museus, dá destaque à importância desta instituição participar nestas atividades em ambiente escolar. “O museu só faz sentido quando inserido na comunidade. No caso concreto de ser uma escola mais ainda, porque contribui para a formação dos futuros cidadãos ativos da nossa comunidade”, declara.

Também acrescenta que esta abordagem assumiu uma finalidade totalmente diferente daquela que é praticada, geralmente, pelos museus nos estabelecimentos escolares. “Nós quisemos vir à escola, não com o intuito que geralmente norteia as idas dos museus à escola, que é levar a que os alunos visitem posteriormente. Aqui o grande objetivo foi mostrar o que é que se faz no museu, como é que o museu funciona e conseguir que alguns alunos vejam também na área da Museologia, da Museografia uma área profissional à qual poderão aderir”, conta.

Esta apresentação não ficou por uma mera exposição sobre a temática, uma vez que os estudantes puderam observar ao vivo peças de museu, que foram propositadamente transportadas para a iniciativa, bem como puderam assistir ao restauro de uma obra de arte recentemente descoberta. Esta metodologia acabou por se mostrar apelativa para os discentes. Neste sentido, a estudante de nono ano, Camila Nascimento, confessa que “o que me chamou mais a atenção foi a parte prática, é mais interessante estarmos ali a restaurar e a conhecer as coisas e as artes de antigamente”. Por sua vez, Carlos Sousa, assume que a sessão “foi interessante, até para nós aprendermos mais um bocadinho e sabermos como é que funciona o museu mais por dentro. Estas iniciativas devem-se realizar na escola para termos um bocadinho mais de cultura e para sabermos como é que funcionam as profissões”.

A ação foi pensada em ambiente escolar e faz parte dos conteúdos e das metas curriculares da disciplina de Educação Visual, lecionada por Maria Nunes Afonso, que foi uma das mentoras do projeto. Segundo a coordenadora dos projetos educativos, pretende-se “que seja uma sensibilização dos estudantes, a valorização das peças do museu, o interesse e importância da existência do museu. E depois também, um bocadinho mais alargado, para trabalharem a criatividade e desenvolvê-la, bem como a destreza, com a aplicação às técnicas que depois utilizarão em sala de aula”.