A farmacêutica Joana Ascensão e a nutricionista Daniela Pires tinham como objetivo, durante a palestra do dia 07 de abril,  alertar a população para os perigos e sinais da diabetes, promovendo um rastreio e uma palestra sobre este tema.

A farmacêutica explicou aos presentes que existem dois tipo de diabetes, tipo 1 e tipo 2.  “A diabetes tipo 1 é aquela em que não há emissão de insulina. A diabetes tipo 2 é o tipo mais comum, caracterizando-se pela incapacidade do nosso organismo utilizar a insulina”. Muitos são os factores de alerta para a possibilidade de vir a sofrer de diabetes como o historial de família, diabetes durante a gravidez,  obesidade,  hipertensão, colesterol alto, doenças no pâncreas e idade superior a 45 anos.

Os sintomas desta doença passam por uma sede excessiva, uma forte vontade de urinar, muita fome, fraqueza, comichão no corpo, cansaço e perda de peso apesar de se comer mais. “Muitas vezes não há sintomas e uma pessoa acaba por descobrir que tem diabetes através de análises que o médico de família manda fazer.”
O tratamento da diabetes assenta na prática de exercício, no conhecimento, na medicação, na autovigilância e na alimentação. 

“Não podemos estar só focados na medicação” afirmou Daniela Pires. “ Um diabético tem que fazer uma alimentação especial de modo a manter o nível de açúcar equilibrado”.    

Segundo Daniela Pires, um diabético não deve passar mais de três horas sem comer, ou passar mais de oito horas sem comer durante a noite, correndo o risco de uma hipoglicémia. Um diabético deve cortar com produtos açucarados substituindo-os por adoçantes, deve diminuir o consumo de gorduras e de sal, utilizar azeite como gordura de adição e ingerir cerca de 1,5l de água por dia.
A nutricionista Daniela Pires deu alguns exemplos de lanches que uma pessoa diabética pode fazer: uma peça de fruta com bolachas sem açúcar, ou iogurtes também sem açúcar, uma sandes com uma meia de leite. Recomendou ainda iniciar cada refeição com um prato de sopa de legumes pois irá ajudar a ter uma digestão mais lenta, o que significa que o açúcar não será absorvido tão depressa.

Controlar os níveis de açúcar no sangue é “muito importante”, bem como registar esses valores. “Para uma boa medição é importante lavar bem as mãos com água morna e verificar que na tolha não existe açúcar, em seguida deve-se preparar a lanceta para a picada, inserir a fita no aparelho, fazemos a picada, recolhemos o sangue e em segundos obtemos os valores”.

Antes das refeições os valores de glicémia devem estar entre os 80 e 120, duas horas depois deverão ser inferiores a 140 e à noite os valores devem-se encontrar entre os 100 e 140.

“As complicações mais frequentes da diabetes surgem em órgãos como o pé, os olhos, vasos sanguíneos e coração”, esclareceu Joana Ascensão. O “pé diabético” é a complicação mais frequente desta doença, ocorrendo em cerca de 25% dos casos. Esta complicação é a maior responsável pelas amputações em diabéticos em Portugal. O “pé diabético” significa que o doente deixa de ter sensibilidade, de sentir frio ou calor naquela área, e a capacidade de regeneração diminui significativamente, levando muitas vezes à amputação.

O grupo Farmácias Holon já organiza este tipo de eventos pela terceira vez, sendo que no passado realizaram uma palestra sobre receitas mais saudáveis para o Natal, mitos alimentares e incontinência urinária.