De acordo com Rita Salvado, responsável pela organização do evento, a principal ideia do workshop é “encontrar temas de histórias que o têxtil possa contar, depois definir logo como o têxtil pode contar essa história, promovendo uma interação entre quem está a ouvir e o têxtil que o está a contar, esta interação pode ser básica, ou então a tecnologia pode elevar isto a um patamar superior”.

Com o objetivo de introduzir os participantes na temática do workshop foram realizadas, por Seçil Uğur Yavuz, Rita Salvado e Pedro Araújo três apresentações sobre os narradores tangíveis, os têxteis inteligentes e a utilização das novas tecnologias nos têxteis. A dinamizadora da atividade conta que “na atualidade temos determinados objetos que contam histórias e que mantém uma relação muito forte com o usuário”.

Após esta sessão teórica, os indivíduos inscritos foram divididos em quatro grupos, onde puderam tirar o melhor partido da sua criatividade. Tiveram quatro temas de trabalho, respetivamente a utilização do têxtil para contar a história da comunidade, de ficção, de quem o usa e de quem o produz.”Não conseguimos que os grupos estivessem em todos os temas, mas cada grupo esteve em pelo menos dois temas”, refere a docente da UBI.

O grupo de Joel Alves, estudante de Mestrado em Engenharia Eletromecânica, na temática relativa à ficção desenvolveu uma história que tem como produto têxtil uma  colcha para cama. “É toda iluminada a laser e consegue contar uma história através de vários passos, utilizando tecidos condutores eletricamente, que servem como interruptores, quando se coloca o dedo fecha o circuito e acende uma lâmpada led”, explica.  

O futuro engenheiro salienta que alcançaram este resultado graças à integração das diversas áreas de formação dos vários elementos do grupo. “Expliquei umas coisas aos meus colegas, que eles não percebem desta parte dos leds e das baterias, apliquei uma coisa nova que conheci hoje de manhã e tentámos combinar a arte deles, o desenho, com os meus conhecimentos de eletrónica”, afirma.

De outra forma, a equipa de Nicea Ribeiro resolveu contar a história da renda renascença, que chegou ao Brasil na época da colonização e que tem vindo a passar de geração em geração. A estudante de Doutoramento em Engenharia Têxtil confessa que decidiu participar no workshop por “curiosidade, temos que estar abertas às novidades. Para além disso, o currículo da professora que foi convidada tem muito a acrescentar. Ela tem muito que nos mostrar, serve para nos abrir novos caminhos e ver onde os podemos aplicar”.

Seçil Uğur Yavuz, mostrou-se satisfeita com os resultados conseguidos. “Eu penso que aqui na Covilhã existem boas ideias, surgiram histórias muito boas. Realmente estou muito contente por hoje ter tido estes resultados”. De resto, a mesma ideia é aflorada por Rita Salvado que considera que o workshop multidisciplinar foi “muito estimulante e enriquecedor, uma vez que os participantes têm abordagens, referências e histórias diferentes que gostavam de contar. Tivemos aqui equipas de pessoas motivadas e com uma formação diversa”.

Para o workshop estavam inscritas 18 pessoas. Já para o futuro a organizadora da iniciativa perspetiva a realização de uma outra, direcionada para a produção de protótipos.