Jornal Online da UBI, da Região e do RestoDirectora: Anabela Gradim |
Cinema da UBI em Cannes
Rafael Mangana · quarta, 6 de abril de 2016 · @@y8Xxv "Que é feito dos dias na cave", filme da autoria de recém-licenciado em Cinema da UBI foi aceite para integrar o "Short Film Corner", um festival dedicado a curtas-metragens inserido no Festival de Cannes 2016. |
Depois da aceitação em Portugal, "Que é feito dos dias na cave" tem agora a primeira experiência internacional |
21975 visitas Depois de em dezembro ter arrecadado 8 dos 11 prémios a concurso no XI UBICinema, de ter estreado oficialmente no FantasPorto no dia 4 de março, para além de ter estado nomeado para o prémio de melhor filme de ficção nos "Prémios Sophia Estudante" e de ter sido selecionado para o "Lisbon International Film Festival", a curta-metragem realizada por Rafael Almeida chegou mesmo a Cannes. "Trata-se de uma espécie de festival secundário dentro do Festival de Cannes, onde os realizadores e produtores propõem os seus filmes, de forma a poderem conhecer outros profissionais do meio", explica o realizador da curta. "Enviámos o filme e foi aceite, o que é extraordinário", considera Rafael Almeida, que sublinha a "oportunidade única" que o filme terá para se mostrar. "É estar a viver o Festival de Cannes, porque em termos de acessos, temos os mesmos que os cineastas do festival principal, é interessantíssimo. Vamos a Cannes, que é um dos maiores festivais de Cinema do mundo, e é extraordinário para nós e vai ser uma experiência única", revela. "Decidimos arriscar", conta o jovem realizador, até porque, explica, "em termos da comissão que se paga para poder enviar o filme, ela é devolvida quando o filme não é selecionado, portanto não tínhamos nada a perder". A intenção agora é "mostrar o filme a muita gente e ter opiniões diferentes e conseguir encontrar colaboradores para novos projetos futuros. O "Short Film Corner" serve também para isso e estamos com muitas expectativas de que vá correr muito bem", acredita Rafael Almeida. Quanto ao filme em si, o realizador lembra que "o conceito partiu da criação de uma experiência cinematográfica diferente para o espetador". "Que é feito dos dias na cave" acompanha a fuga de um paciente de um hospital psiquiátrico. Durante essa fuga ele vai-se deparar com obstáculos, com fantasmas do seu passado, e o que pretende é fugir do asilo "e um pouco da sua própria mente", reforça o autor. O filme foi rodado em Lorvão, uma pequena vila do concelho de Penacova e a equipa tinha cerca de 75 pessoas. "Foram cerca de oito meses de trabalho e estamos contentes com o produto final", garante. Durante o festival, que decorre de 16 a 22 de maio (em paralelo com o festival principal de Cannes, de 11 a 22 de maio), o filme estará disponível na biblioteca digital. "Poderemos organizar projeções do filme dentro do "Short Film Corner", não havendo nenhuma projeção agendada. Por outro lado, basta dizermos o nome do filme às pessoas e elas ficam com acesso ao filme em qualquer plataforma dentro de Cannes", refere o realizador. Outra das vantagens que Rafael Almeida encontra nesta oportunidade prende-se com o futuro. "Já temos outro projeto em desenvolvimento que envolve muito mais meios e queremos aproveitar também o festival para encontrar investidores e colaboradores para o novo projeto, porque já tem uma dimensão considerável", diz. "É para 2017, está muito no início, mas é um filme totalmente diferente, trata-se de um filme de época", revela. Formado em Cinema na UBI, Rafael Almeida é um exemplo de sucesso e acredita que o facto de se tratar de um curso ministrado no Interior do país não traz qualquer desvantagem para os alunos. "Sermos formados em Cinema na UBI é igual a sermos formados noutro local maior", assegura. O jovem realizador crê que a diferença está no empenho colocado no trabalho. "Ao fazer os projetos, é preciso dar tudo para que sejam realmente como nós os queremos, porque um pequeno projeto pode dar grandes possibilidades e devemos trabalhar em todos os pequenos projetos como se fossem grandes projetos. Depois do filme estar feito é arriscar, enviar para todos os festivais possíveis e imaginários, porque podemos ser selecionados", sublinha. O diretor do curso de Cinema da UBI mostra-se "muito satisfeito" pelo impacto causado pelos trabalhos desenvolvidos por alunos da universidade. "Isto é indicativo de um ano em que a representação internacional dos filmes produzidos na UBI foi bastante bom, porque já tivemos um filme em Clermont-Ferrand", refere Francisco Merino. "Em relação a este filme em particular, é ótimo ver que não é só em Portugal que tem sido bem recebido, mas também lá fora. É sempre prestigiante, até porque não se trata de uma mostra qualquer", lembra. O docente sublinha mesmo que "sempre que há alguma obra cinematográfica portuguesa selecionada para qualquer tipo de mostra de um festival de renome internacional é bom para o cinema português e mesmo para o ensino do cinema em geral". Por outro lado, a captação de novos alunos é outro dos lados positivos deste tipo de oportunidades. "A qualidade dos filmes é determinante na atração de novos alunos, sendo que, para nós é sempre positiva qualquer exposição mediática da própria UBI através dos filmes", considera Francisco Merino. |
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