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Mulheres contam como é ser jornalista
Vera Alves · quarta, 30 de mar?o de 2016 · "Jornalismo no Feminino” foi o debate que se realizou no dia 17 de março, no Auditório Municipal da Covilhã. A iniciativa, que reuniu mulheres jornalistas da região, contou ainda com um momento musical a cargo do coro da Academia Sénior. |
Mulheres jornalistas convidadas |
21979 visitas Inserido no plano das atividades dedicado ao Dia Internacional da Mulher, pretende ser um espaço para “pensar o lugar da mulher jornalista no mundo”. Porque, se jornalismo é uma palavra no masculino, “jornalista é uma palavra que assume ambas as formas, masculina e feminina”, sublinha a moderadora Sónia Sá, investigadora na Universidade da Beira Interior (UBI). Mas a verdade é que “há poucas jornalistas a terem acesso a cargos de direção e melhores salários no jornalismo de hoje, enquanto atividade” afirma a moderadora. Um encontro que contou com as presenças de Paula Charro e Dulce Gabriel, da Rádio Cova da Beira (RCB), e Gina Almeida, da Rádio Clube da Covilhã (RCC), entre outros. Numa tertúlia pensada para a mulher, Ana Rodrigues, do Notícias da Covilhã, também oradora convidada, falou da necessidade de “educar para a paridade”, e da “distância higiénica” que é preciso ressalvar na relação com as fontes jornalísticas, pelo fato de que “o que somos profissionalmente deve sobrepor-se ao ser mulher”. A jornalista Paula Charro conta que já foi vítima, entre outros, de “assédio, perseguição e censura” na sua profissão. A isso sempre respondeu com “integridade”, ressalvando que “quem se põe a jeito acaba por encontrar situações dessas”. Além disso, dadas as dificuldades que as rádios locais atravessam, avança com a ideia de uma “cadeia de rádios” que pudesse produzir sinergias entre os projetos existentes. Dulce Gabriel fala mesmo de “uma ferida no jornalismo”, quando se refere à relação entre o poder e os próprios órgãos de informação de proximidade, porque o poder não é apenas político. “De uma vez por todas, os órgãos de informação nesta região têm que criar massa crítica, escala, por forma a, por um lado enfrentar os poderes instaurados, e por outro, terem capacidade de recriar, re-inventar a rádio. Mostrar que temos um produto de comunicação diferente do que estamos a fazer e capaz de potenciar as grandes marcas da região, mostrando-lhes que podemos projetar a região e as suas causas, e que eles podem financiar-nos”. A jornalista questiona ainda se o que é hoje a animação de rádio de um meio de comunicação de proximidade “é aquilo que queremos realmente ouvir quando vamos para o trabalho de manhã”. “Os donos das rádios têm de ver que uma rádio não pode ser uma playlist, nem ter sempre a mesma voz”. Este e outros testemunhos, fazem parte de uma noite de estórias para situar a mulher na história do jornalismo. |
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