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Especialista em Psicologia Pediátrica ministra seminário na UBI
Carla Sousa · quarta, 23 de mar?o de 2016 · @@y8Xxv Luísa Barros, uma especialista em Psicologia Pediátrica, esteve na Universidade da Beira Interior (UBI), no dia 18 de março, para ministrar um seminário intitulado "Dor Pediátrica: dor procedimental e dor crónica - conceptualização, avaliação e intervenção psicológica". A iniciativa insere-se no âmbito do segundo Ciclo de Seminários de Intervenção Psicológica, e tem como objetivo que os estudantes de Mestrado em Psicologia Clínica e da Saúde adquiram e desenvolvam conhecimentos sobre diferentes programas e estratégias de intervenção psicológica. |
Luísa Barros durante o seminário de Psicologia na UBI |
22004 visitas O evento tem vindo a ser promovido pela Comissão Científica do segundo ciclo em Psicologia Clínica e da Saúde, e logo na sessão de abertura, Ana Cunha, membro daquele órgão teceu vários elogios à presença da docente da Universidade de Lisboa. “A sua vinda à UBI é sempre um privilégio para nós. Vem falar de algo que realmente percebe e que é a sua área de intervenção e de trabalho, que é a psicologia pediátrica e especificamente escolheu este tema da dor pediátrica”, afirma. A docente da UBI acrescenta, ainda, que este é “um tema de grande relevância e de grande interesse para os estudantes enquanto futuros psicólogos”. Ao longo da sua intervenção, Luísa Barros explica qual o papel da psicologia para a “compreensão dos processos de dor nas crianças e nos adolescentes”. De acordo com a mesma, existem “estratégias psicológicas que colaborando com as estratégias médicas podem contribuir para ajudar a controlar a dor das crianças”. Como a dor é “um processo subjetivo, interno, há processos mais relacionados com o comportamento, com os processos cognitivos, com os processos emocionais que podem aumentar ou diminuir a experiência de dor”. Segundo a docente da Universidade Nova de Lisboa, “a dor nas crianças não é diferente daquela que sentem os adultos. As estratégias são adaptadas ao trabalho de crianças, mas de facto o processo e os modelos teóricos são muito semelhantes em relação ao trabalho com adultos e com crianças”. Assim, na intervenção com crianças, o aspeto principal a ter em conta é a “variável de desenvolvimento, ou seja, o que as crianças são capazes de compreender, quais são as estratégias que são capazes de usar e sobretudo no caso das crianças e adolescentes o papel dos pais, dos adultos, para facilitar, controlar a dor ou, nalguns casos, fazer aumentar a experiência de dor”, defende. Neste sentido, a especialista reitera que “os pais têm um papel muito importante na forma como a criança vivencia a sua dor, que pode ser resultante de dor pontual, ligada por exemplo a procedimentos, a tratamentos, a exames de diagnóstico ou a dor crónica mais associada a doenças que implicam dor crónica”. Aquando do tratamento, as crianças demonstram recetividade para acolher os procedimentos proporcionados pela psicologia. “Quando é a nível dos procedimentos é um trabalho que é mais feito com os adultos e portanto a própria criança acaba por não ser um participante muito ativo, mas beneficiar de formas de utilização dos procedimentos que os ajudem a lidar com a situação com menos sofrimento. No caso das crianças ou adolescentes com dor crónica, que sabem o que é sentir dor, têm uma motivação natural se sentirem que aquilo que fazem melhora um pouco a sua qualidade de vida”, esclarece. De resto, Luísa Barros salienta a importância da realização destas iniciativas para o estabelecimento de futuras parcerias entre universidades.“Portugal é um país muito pequenino não podemos ficar fechados nas nossas casas, temos sempre a aprender com conhecer outras pessoas e outros estudantes, isso é muito importante. É também uma oportunidade de fomentar os contactos para depois haver parcerias ao nível da investigação”, declara. O próximo seminário deste ciclo, intitula-se “Intervenção em Crise II”, vai ser proferido por Miguel de Arriaga, do Instituto Politécnico de Portalegre, e tem lugar no dia 1 de abril, às 11 horas. |
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